Um erro no sistema do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) comprometeu o mutirão de perícias médicas realizado neste sábado (27), em Campo Grande, e deixou dezenas de segurados sem atendimento.
O mutirão havia sido anunciado para este fim de semana, 27 e 28 de setembro, em quatro municípios de Mato Grosso do Sul, com previsão de atender 150 pessoas por dia na Capital. No entanto, o sistema agendou 220 para este sábado, ultrapassando em 70 o limite máximo estabelecido.
Além do excesso de agendamentos, o início do atendimento atrasou devido a falhas nos computadores da agência da Rua Anhanduí, no Centro. A previsão era começar às 7h, mas os atendimentos só iniciaram perto das 8h. Com isso, ainda não se sabe se todos os 150 previstos conseguirão passar pela perícia neste sábado.
Diante da demora, muitos desistiram e foram embora. Pessoas com muletas, cadeirantes, idosos e até gestantes relataram horas de espera sob o sol do lado de fora, já que a sala de atendimento não comportava toda a demanda.
O INSS confirmou à reportagem do Midiamax, por meio da assessoria em Mato Grosso do Sul, que os 70 excedentes foram transferidos e remarcados para domingo (28). A assessoria nacional ainda não respondeu aos questionamentos enviados.
Em áudio gravado no local, um atendente tentou acalmar os segurados, mas reconheceu que o problema foi causado pela própria administração do INSS
“Só pra explicar pra vocês, foi solicitada a abertura de 150 vagas, mas teve um erro e abriram 300. Hoje foram agendadas 220 pessoas, mas só 150 estão na nossa lista. Quem não estiver será remarcado. Peço desculpa a todos”, disse o servidor.
Relatos enviados à reportagem mostram a indignação de quem aguardava atendimento. A campo-grandense Veruska, que acompanhava a filha gestante, contou que esperava desde às 8h e precisou voltar para casa sem perícia.
“Tinha pessoas cadeirantes, deficientes, e não foram atendidos. Muitas foram remarcadas para dezembro e outras para outra cidade. Minha filha, que está com contrações, também não conseguiu ser atendida”, afirmou.
Outro segurado resumiu a situação em mensagem. “Só se for mutirão do sofrimento para os usuários da previdência”, protestou.
O mutirão continua no domingo (28), mas há incerteza entre os segurados sobre quantos realmente conseguirão atendimento.
O espaço segue aberto para posicionamentos.