Entidades lamentam morte de haitiano por espancamento e organizam ato contra racismo e xenofobia

Movimento negro realizará ato nesta segunda-feira, às 08h

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(Divulgação)

Na próxima segunda-feira (20), entidades do movimento negro de Campo Grande realizarão um ato pedindo por justiça e andamento das investigações sobre o caso de Mardoché Borgelin, haitiano assassinado por espancamento em 8 de janeiro, em frente à Ceasa, na Mata do Jacinto.

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Conforme a nota de repúdio divulgada pela ASHABRA (Associação Haitiano-Brasileira), “o espancamento covarde, realizado por um grupo de dez homens, resultou na morte de um trabalhador migrante que buscava paz e uma vida digna no Brasil”.

“Este crime hediondo não é apenas um ataque à vida de um homem, mas um reflexo cruel do racismo estrutural, da xenofobia, e da intolerância que continuam a permear nossa sociedade”, acrescentaram.

Em nota, a entidade exigiu respostas imediatas das autoridades, e convidou comunidade, organizações e movimentos sociais a participarem do ato. “Mardoché Borgelin não será esquecido. Sua morte exige justiça, e sua memória será um símbolo de luta contra a opressão e a violência”, finalizaram.

O ato ocorrerá nesta segunda-feira (20), a partir das 08h, na Rua Antônio Rahe, 360, em frente à Ceasa.

Relembre o caso

haitiano Mardoche Borgelin, 35, morto a golpes de barra de ferro, pauladas e pedradas próximo à Ceasa em Campo Grande na noite de 8 de janeiro, teria sido espancado por grupo de 10 homens.

Testemunhas relataram à polícia que a vítima passou o dia transtornada, apresentando agressividade com os vizinhos, inclusive causou importunação na Ceasa (Central de Abastecimento de MS), quando seguranças tiveram que a tirar de lá.

Já à tarde se envolveu em confusão com frequentadores de um bar que fica ao lado da vila de casas onde mora. Na ocasião ele chegou a ser agredido por algumas pessoas no bar.

A polícia foi acionada e esteve no local, mas não teve condução para a delegacia, pois a vítima não soube informar quem eram os agressores e também não tinha interesse em representar criminalmente. Os policiais o orientaram a não voltar mais ao bar e não perturbar os vizinhos.

Porém, cerca de 20 minutos depois, a polícia foi acionada novamente, dessa vez porque os frequentadores do bar invadiram a vila de casas e passaram a espancar Mardoche.

O haitiano foi encontrado do lado de fora com fraturas severas na cabeça, com afundamento da face.

Foram feitas buscas na região e dois suspeitos localizados. Eles apresentavam sangue nas roupas. Eles disseram que estavam no local e negaram participação nas agressões, mas a dupla foi reconhecida pelo segurança da Ceasa.

Várias testemunhas foram ouvidas na delegacia. Duas delas contaram que não viram os autores das agressões, mas que retiraram o corpo da vítima para fora da vila. Eles alegam que não sabiam que não podia.

Haitiano tinha passagens

Mardoche já havia sido preso por tentativa de homicídio após esfaquear outro haitiano, na rua Frei Mariano, em Corumbá, cidade a 446 quilômetros de Campo Grande, em junho de 2023.

Na época, ambos ingeriam bebida alcoólica e iniciaram uma briga em frente a uma vila de casas. A vítima teria pegado um facão para golpear Mardoche. Conforme o registro policial, o autor entrou em luta corporal com o desafeto, tomou o facão e golpeou a vítima. Na época, a vítima foi encaminhada ao hospital e Mardoche foi preso.

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