Criado em 2020 pelo Banco Central, o Pix é o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros. Além do tradicional, o sistema tem mais oito modalidades funcionando e uma com lançamento marcado para setembro. A novidade será o Pix Parcelado, uma forma de crédito que promete revolucionar as vendas do varejo.
O sistema de pagamentos instantâneos virou alvo de investigação nos Estados Unidos, conforme relatório divulgado na última terça-feira (15). O USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA) investiga o Brasil por supostamente adotar ‘práticas desleais’ no serviço de pagamentos eletrônicos. Porém, o setor comercial sul-mato-grossense considera que a ferramenta é indispensável para o Estado.
Em Mato Grosso do Sul, 54% dos clientes de micro e pequenos empreendedores utilizam o Pix como principal meio de pagamento, de acordo com dados mais recentes da pesquisa “Pulso dos Pequenos Negócios”, elaborada pelo Sebrae/MS. Além disso, o Estado foi líder no ranking nacional de uso do Pix para aquisição de produtos e contratação de serviços em 2023.
Pix Parcelado
O Banco Central anunciou esta nova modalidade em abril de 2025, e a previsão é de que ela já esteja funcionando em setembro deste ano. Quem pagar poderá parcelar as compras, mas o destinatário recebe o valor integral na hora do pagamento.
A ferramenta facilita a obtenção de crédito a pessoas físicas ou jurídicas e poderá ser utilizada para qualquer tipo de transação Pix, inclusive as transferências. O Banco Central explica que o Pix Parcelado deve estimular a compra de bens e serviços de valor mais elevado no varejo, favorecendo quem não tem acesso fácil a crédito.
Ano que vem
O Banco Central promete para 2026 mais uma modalidade: o Pix em garantia. Esta ferramenta é voltada apenas para pessoas jurídicas, como estabelecimentos comerciais e empresas. A ideia é que os recebíveis futuros, de Pix agendados ou recorrentes, por exemplo, sirvam de garantia em operações de crédito.
O objetivo é baratear o crédito ofertado para as empresas. A nova funcionalidade está em desenvolvimento e, segundo o Banco Central, necessita de uma infraestrutura mais complexa.
Modalidades já existentes
Confira a lista de modalidades do Pix lançadas pelo Banco Central:
Tradicional
Este já é amplamente conhecido pela maioria dos brasileiros. O Pix tradicional permite pagamentos instantâneos 24 horas, 7 dias por semana, incluindo feriados, sem tipo algum de taxa. Além disso, a ferramenta permite transferências entre diferentes instituições financeiras e tipos de conta.
Cobrança
Permite pagamentos de valores predefinidos por meio de QR Code ou Pix Copia e Cola. O Pix Cobrança pode ser utilizado em lojas físicas ou digitais, além de contas com vencimento em data futura.
Agendado (recorrente ou não)
Neste caso, a pessoa pode agendar um pagamento para data futura. Se precisar fazer transferências recorrentes, é possível escolher a frequência e o valor fixo do pagamento.
Automático
Usuários podem autorizar cobranças de valor fixo ou variável por parte de empresas, em datas predeterminadas. O Pix Automático é similar ao débito automático, indicado para a quitação de contas como água, energia e telefone.
O Banco Central lançou esta modalidade em junho, permitindo cobranças semanais, mensais, trimestrais ou anuais. Além disso, é possível definir um valor máximo para as cobranças e cancelar a autorização a qualquer momento.
Saque
Estabelecimentos credenciados — que podem ser lojas, lotéricas, mercados e até farmácias — trocam Pix por dinheiro vivo. É necessário apenas gerar um QR Code no aplicativo do banco do consumidor, que será lido pelo estabelecimento.
Troco
O meio de pagamento permite que o consumidor realize um pagamento via Pix, de valor superior ao da compra, e o estabelecimento devolva o troco em dinheiro. Segundo o Banco Central, o objetivo é é promover inclusão financeira e facilitar acesso ao dinheiro em espécie.
Aproximação
Neste caso, a pessoa pode pagar aproximando o celular da maquininha de cartão. É preciso que o banco e o celular ofereçam esta funcionalidade. Lançado em fevereiros de 2025, o Pix por Aproximação funciona por meio do aplicativo da instituição financeira ou carteiras digitais.
Boleto
Permite o pagamento instantâneo de boletos, por meio de QR Code específico. É utilizado, por exemplo, para pagamentos de contas de luz e água.
MED
É o Mecanismo Especial de Devolução (MED), criado para facilitar devoluções em caso de fraudes ou golpes por meio do Pix. Primeiro, é preciso registrar um pedido de devolução junto ao banco. Depois, a instituição financeira avalia a solicitação. Depois, o recebedor pode ter o valor bloqueado na conta e devolvido à vítima. Também pode ser utilizado em caso de erros técnicos de instituições financeiras.
Pix liderou transações em 2024
Conforme dados disponíveis no Portal de Dados Abertos do BC, nas seções ‘Estatísticas de Pagamentos de Varejo e Cartões’, o Pix foi a modalidade de pagamento que mais cresceu em número de transações em 2024, registrando alta de 52% e participação de 47% no total de pagamentos eletrônicos no último trimestre.
Já em relação aos cartões, 2024 teve 235 milhões de cartões de crédito ativos (+14%), enquanto os pré-pagos somaram quase 74 milhões (+9%). No caso dos cartões de débito, houve queda de 5%, passando de 162 milhões para 154 milhões.
Em quatro anos desde seu lançamento, o Pix se tornou o meio de pagamento mais popular entre os brasileiros, utilizado por 76,4% da população. A informação é de um levantamento do BC (Banco Central), divulgado em dezembro de 2024. Além disso, a modalidade conta com 171,5 milhões de usuários cadastrados (pessoas físicas e jurídicas) e um total de 816,8 milhões de chaves ativas, conforme o BC.
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