A semana política em Mato Grosso do Sul foi marcada por importantes decisões no âmbito do Governo do Estado, deliberações na Assembleia Legislativa, repercussões em Brasília e acontecimentos de impacto na Capital e no interior.
A seguir, um resumo dos principais fatos que movimentaram o cenário político sul-mato-grossense.
No Governo do Estado
Foi regulamentada a lei que permite acordos para quitação de dívidas com o Estado. A medida que busca facilitar a regularização de débitos por parte de contribuintes, quer estimular a regularização fiscal, recuperar valores devidos e diminuir o número de disputas judiciais.
Em outra frente, o Executivo estadual busca um empréstimo de até R$ 430 milhões junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). O recurso tem como objetivo garantir a PPP (Parceria Público-Privada) para a gestão do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul).
Além disso, o governo incluiu a proteção social dos militares no PPA (Plano Plurianual) para o período de 2024 a 2027.
Na Assembleia Legislativa
A deputada estadual Gleice Jane (PT) cobrou medidas de prevenção e responsabilização após uma ameaça de massacre em uma escola de Dourados, destacando a urgência de ações para garantir a segurança no ambiente escolar.
O ex-governador e deputado Zeca do PT também aproveitou sessão ordinária da Casa de Leis estadual para posicionar e protocolar um pedido de ressarcimento financeiro após vencer ação judicial daquela que ficou conhecida como a ‘farra da publicidade’ sob a gestão do petista em 2007, à frente do Governo do Estado.
Os parlamentares ainda aprovaram o projeto de lei que cria o programa “Recupera MS”, com o objetivo de oferecer condições para a regularização fiscal de empresas, e a concessão de isenção em taxas da Jucems (Junta Comercial de Mato Grosso do Sul) às prefeituras do Estado.
A semana ainda marcou o retorno do deputado Antonio Vaz (Republicanos) às sessões presenciais, um mês após sofrer um infarto.
Em Brasília
A Câmara dos Deputados abriu um processo contra o deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) e outros dois parlamentares por conta da ocupação do plenário da Casa. O sul-mato-grossense teve as implicações agravadas por, além da obstrução da mesa em agosto, ter proferido ofensas contra o presidente da Câmara Hugo Motta (Republicanos) dias antes.
A bancada federal de Mato Grosso do Sul ficou dividida na votação que derrubou a Medida Provisória que criava uma alternativa ao IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Enquanto os petistas Vander Loubet e Camila Jara, e os tucanos Geraldo Resende e Dagoberto Nogueira, votaram pela manutenção da MP, opositores do presidente Lula, os deputados Rodolfo Nogueira e Marcos Pollon (PL), Dr. Ovando (PP) e Beto Pereira (PSDB) votaram contrários.
No Senado, a sul-mato-grossense Soraya Thronicke (Podemos-MS) chamou atenção ao denunciar um suposto elo entre uma alfaiataria de luxo e um escândalo de corrupção no INSS. Ela usou de ironias durante a fala, elogiou as vestimentas do depoente, o empresário Fernando Cavalcanti, e revelou que durante intervalo de oitiva da CPMI do INSS, outros parlamentares “ficaram doidos pra saber” onde Cavalcanti havia comprado o terno.
Na Capital
O PSDB de Mato Grosso do Sul enfrenta racha interno pela disputa de liderança. Sob a gestão provisória do deputado federal Geraldo Resende (PSDB), vereadores de Campo Grande ameaçam desistir da disputa eleitoral de 2026 caso não haja mudança no comando do ninho tucano.
Ao Jornal Midiamax, o Professor Juari disse que os parlamentares preferem que o líder do PSDB seja o deputado estadual Pedro Caravina (PSDB), que já sinalizou intenção de comandar a legenda após a saída de Reinaldo Azambuja para o PL, e de Eduardo Riedel para o PP.
A saída das duas principais lideranças do partido tem provocado revoada no ninho, que no último sábado perdeu 5 prefeitos do interior para a sigla comandada pela senadora Tereza Cristina (PP).
Enquanto isso, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) manteve a condenação contra o ex-vereador Rafael Tavares por crime de ódio. Em 2018, ele fez comentários em uma rede social em que supostamente ameaçava minorias.
“Não vejo a hora do Bolsonaro vencer as eleições e eu comprar meu pedaço de caibro para começar meus ataques. Ontem nas ruas de todo o país vi muitas famílias, mulheres e crianças destilando seus ódios pela rua, todos sedentos por um apenas um pedacinho de caibro pra começar a limpeza étnica que tanto sonhamos! Já montamos um grupo no whatsapp e vamos perseguir os gays, os negros, os japoneses, os índios e não vai sobrar ninguém. Estou até pensando em deixar meu bigode igual ao do Hitler. Seu candidato ‘coroné’ não vai marcar dois dígitos nas urnas, você já pensou no seu textão do Face pra justificar seu apoio aos corruptos no segundo turno?”, disse o político na época. Na denúncia, consta que Tavares justificou à Promotoria que o comentário foi uma ironia.
E de surpresa, até para aliados petistas, a primeira-dama, Janja Lula da Silva, realizou uma visita a Campo Grande onde deu continuidade às viagens que tem feito para ouvir as mulheres dos biomas brasileiros, em busca de reunir dados, informações e demandas que serão apresentadas na COP-30 em Belém.
E a prefeita Adriane Lopes (PP) viajou à Argentina nesta semana para participar do Fórum do Corredor Bioceânico de Capricórnio. Além dela, participam do evento mais 19 prefeitos de Mato Grosso do Sul e o vice-governador, José Carlos Barbosa, o Barbosinha (PSD).
A chefe do Executivo municipal ratificou o acordo que torna Campo Grande cidade-irmã de municípios argentinos e chilenos, ampliando a cooperação internacional. Além disso, foi também eleita vice-presidente da Associação de Municípios do Corredor Bioceânico de Capricórnio, entidade que reúne 40 municípios dos países-membros da rota e tem a missão de promover o desenvolvimento de plataformas digitais e programas de intercâmbio turístico, cultural, esportivo e produtivo.
No Interior
Operação policial em Bonito mirou um grupo suspeito de desviar R$ 4 milhões em licitações públicas. Foram presos o então secretário de Administração e Finanças de Bonito, Edilberto Cruz Gonçalves, e a diretora de Licitações, Luciane Cintia Pazette, além do empresário Carlos Henrique Sanches Corrêa e do corretor de imóveis Luis Fernando Xavier Duarte — preso em flagrante com arma de fogo e solto após pagar fiança.
Na ação de Bonito, foi preso também o empreiteiro Genilton da Silva Moreira, que voltou para a cadeia quatro dias após ser liberado da prisão de 20 dias no âmbito da Operação Spotless, em Terenos. Essa é a terceira prisão de Genilton por envolvimento em esquema de corrupção. A primeira ocorreu em Terenos, em 13 de agosto do ano passado, na Velatus. Depois, foi preso novamente em 9 de setembro, também em Terenos, na Spotless.
E por falar em Terenos, o prefeito afastado, Henrique Wancura Budke (PSDB), permanecerá com tornozeleira eletrônica até janeiro de 2026. Essa foi uma imposição do Superior Tribunal de Justiça para que Budke conseguisse sair da cadeia após 20 dias preso acusado de chefiar o esquema de fraudes licitatórias no município. Ele, que se afastou do cargo de prefeito logo após a prisão, também teve o afastamento implicado nas medidas, e agora seu retorno ao comando da cidade passa a ser uma tutela da Justiça.
Enquanto isso, o vereador suspeito de apoiar o esquema de fraudes supostamente liderado por Budke, não pediu afastamento do cargo mesmo após ser incluído na denúncia do Ministério Público de Mato Grosso do Sul. Arnaldo Glagau (PSD) segue com mandato e, segundo o presidente da Câmara e seu colega de partido, Leandro Caramalac, a Casa de Leis não tomará qualquer medida que não seja determinada diretamente pela Justiça.
Por fim, em Chapadão do Sul, a vereadora suplente Inez do Banco (PL) perdeu a vaga na Câmara Municipal após votar com a oposição na eleição da mesa diretora. O prefeito Walter Schlatter (PP) revelou ao Jornal Midiamax que o pedido para exonerar o titular da vaga Emerson Nunes, o Sapo (PL), que atuava na Secretaria Municipal de Esportes, Juventude e Lazer, veio do próprio partido que considerou a atitude da parlamentar um ‘ato de traição’. “Aceitei, porque preciso ter base [na Câmara]”, justificou o prefeito.
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(Revisão: Bianca Iglesias)