Em rua que nem ônibus passa, moradores do Jardim Centro Oeste ficam isolados por lama e crateras

Com as fortes chuvas, diferentes ruas no Jardim Centro Oeste ficaram intransitáveis

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Jardim Centro Oeste
Rua vira rio no Jardim Centro Oeste (Helder Carvalho, Midiamax)

Basta chover para as ruas dos bairros Jardim Centro Oeste e Paulo Coelho Machado, em Campo Grande, se tornarem intransitáveis. Lama, crateras e a falta de manutenção dificultam a locomoção de motoristas e pedestres, tornando o trajeto um desafio diário, especialmente para quem depende do transporte coletivo.

Liliane da Costa mora há seis anos na região da Homex e descreve a situação crítica das ruas e a dificuldade de locomoção. Segundo ela, em dias de chuva, nem mesmo os ônibus conseguem passar pela Rua Catiguá, uma das mais afetadas. Não foi diferente nesta quinta-feira (6).

“Aqui tem de tudo misturado na lama: cacos de vidro, fezes de cachorro, sujeira. Agora abaixou um pouco porque a máquina passou, mas ainda tem buracos enormes. O carro afunda, e em alguns pontos a rua vira um rio. Essa rua faz parte da linha de ônibus, mas tem dias que o motorista avisa que não vai passar, de tão ruim que está”, relata.

Jardim Centro Oeste
Rua é linha de ônibus (Helder Carvalho, Midiamax)

Mais de 20 anos de espera

José Moacir dos Santos, morador da região há duas décadas, testemunhou diversas vezes a chuva destruir as ruas sem que a prefeitura tomasse providências.

“Os motoristas de ônibus têm que passar com a mão no câmbio para desviar dos buracos enormes. Quando chove, os carros pequenos não passam, e muitas vezes o único jeito é subir na calçada. Já faz mais de um ano que passaram a máquina por aqui, mas cascalho mesmo nunca jogaram”, reclama.

Jardim Centro Oeste
Moacir (Helder Carvalho, Midiamax)

Sem solução por parte do poder público, os próprios moradores tentam minimizar os impactos da precariedade das ruas.

“A gente quebra tijolo e joga nos buracos, porque senão ninguém passa. Até os motoristas de ônibus agradecem, porque é um sofrimento tanto para nós quanto para eles”, conta Moacir.

Além dos buracos, a via, que deveria receber manutenção por ser rota de ônibus, está completamente abandonada.

“Antes tinha uma lei que garantia a conservação das ruas onde passam ônibus. Agora, está largado. Os motoristas sofrem, fazem o que podem, mas a situação só piora”, lamenta.

‘Piscinão de Ramos’

Jardim Centro Oeste
Rua tomada por lama (Helder Carvalho, Midiamax)

A precariedade da infraestrutura não afeta apenas os adultos. Crianças da região são frequentemente vistas brincando nas poças de lama, o que preocupa os moradores.

“Elas mergulham nessas águas sujas como se fosse o ‘Piscinão de Ramos’. Eu fico apavorada, porque ali embaixo tem cacos de vidro, até pedaços de retrovisor de caminhão. Deus me livre uma criança se cortar ali. É muito perigoso”, alerta Liliane.

‘Crianças terão que usar sacola nos pés’

A poucos dias do retorno das aulas, Marley Meireles expressa sua preocupação com a dificuldade que as crianças enfrentarão para chegar à escola.

“Elas vão ter que ir com sacolas nos pés, porque a rua vira um lamaçal. E os pais, que precisam sair para trabalhar, passam pela mesma situação. Quando chove muito, o ônibus simplesmente não entra aqui no Jardim Centro Oeste”, lamenta.

O problema se agrava ainda mais para quem não tem outra alternativa de transporte. “O transporte e aplicativo não vem aqui e ônibus para antes do ponto final. Quem depende dele precisa caminhar no barro para conseguir chegar ao trabalho ou levar os filhos à escola”, diz Marley.

Jardim Centro Oeste
Rua tomada por lama (Helder Carvalho, Midiamax)

O que diz a prefeitura?

Em nota, a prefeitura de Campo Grande, por meio da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), afirmou que contratou projetos executivos para pavimentação de mais de 30 ruas e avenidas nos bairros de Campo Grande, entre eles o Jardim Centro Oeste e a região da Homex.

Enquanto as obras não têm início, a Secretaria segue com a programação de manutenção das vias sem asfalto. “O trabalho é prejudicado nesses períodos de chuva constante, pois nessas situações executar o patrolamento ou cascalhamento pode causar mais transtornos aos moradores”.

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