Nos últimos dois anos, mais de 5,3 mil famílias de Mato Grosso do Sul deixaram o grupo de beneficiários do Bolsa Família, o programa de transferência de renda do Governo Federal.
Em 2023, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu seu terceiro mandato, 206.893 famílias recebiam o auxílio em MS, segundo dados do MDS (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome) divulgados em março do mesmo ano.
Já no mês passado, junho de 2025, a quantidade de famílias beneficiadas caiu para 201.512, indicando a saída de 5.381 famílias de MS do programa, após dois anos de governo.
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Recursos do Bolsa Família
Em valores monetários, o valor repassado às famílias sul-mato-grossenses, em março de 2023, foi de R$ 142,7 milhões. Dois anos depois, o repasse reduziu para R$ 136,1 milhões, em junho de 2025. Esses valores se referem à somatória dos benefícios destinados a famílias de MS, cujo valor médio em março de 2023 era de R$ 693,35 e, em junho de 2025, R$ 675,98 — redução de 2,5%.
Menos dependentes
No entanto, segundo o Governo Federal, em julho deste ano, a quantidade de famílias brasileiras que deixaram de receber o benefício aumentou ainda mais. Os números nacionais indicam que cerca de 958 mil famílias deixaram de receber o benefício neste mês.
A explicação do governo para a baixa de beneficiários é a conquista de emprego estável ou melhoria da condição financeira geral das famílias.
Motivos para saída do programa
Segundo o MDS, a ocupação de postos de trabalho por beneficiários do programa tem avançado. Ao Jornal Midiamax, o ministério explicou por nota que, neste ano, 74,9% das vagas formais criadas no país, entre janeiro e abril, foram ocupadas por pessoas inscritas no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais). Para receber o Bolsa Família o cidadão precisa ter CadÚnico.
Desse total de vagas ocupadas por inscritos no cadastro, 54,2% dos postos de trabalho foram preenchidos por beneficiários do Bolsa Família, conforme dados do Caged cruzados com informações do MDS.
“Esse movimento tem se refletido diretamente no número de desligamentos do programa”, completa o ministério. E isso explica a saída de 958 mil famílias do programa.
“A maior parte [dessas famílias], 536 mil famílias, cumpriu os 24 meses previstos na Regra de Proteção, recebendo 50% do valor do benefício após atingirem renda per capita entre R$ 218 e meio salário mínimo”, diz ainda a nota.
Esse é um período de transição, o qual significa que, nos últimos dois anos, mais de 500 mil famílias já “se programavam” para deixar de receber o benefício por alcançarem melhoria na renda.
No entanto, caso precisem retornar ao Bolsa Família, esses beneficiários estão assegurados. “Essas famílias ainda contam com o mecanismo do Retorno Garantido, que assegura prioridade para retornar ao programa caso voltem à situação de pobreza, seja após o fim do período de transição ou por desligamento voluntário”, explica o ministério.
Monitoramento de inscritos
O número de beneficiários também pode sofrer alteração a partir do monitoramento de irregularidades realizado pelo ministério.
“Desde 2023, o MDS vem aprimorando os registros do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, com foco na correção de inconsistências de renda, composição familiar e dados desatualizados. A averiguação cadastral tem caráter rotineiro e contínuo, e pretende garantir que os benefícios cheguem a quem realmente precisa”, pontua a pasta.
Números nacionais
Se considerados os números nacionais do programa, a quantidade de beneficiários que deixaram o Bolsa Família é muito maior.
Em março de 2023, o Brasil contabilizava 21,1 milhões de famílias. Os recursos para o pagamento dos benefícios somavam R$ 14 bilhões.
Em junho de 2025, a quantidade de famílias adeptas ao programa no país caiu, chegando a 20,4 milhões, demonstrando a saída de 700 mil famílias.
Com isso, o montante de recursos repassado aos beneficiários também reduziu, somando R$ 13,6 bilhões no mês.
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