Autoridades de Corumbá se reuniram na noite de quinta-feira (7), em coletiva de imprensa, para comentar o ataque de uma onça-pintada a um morador do bairro Generoso e minimizaram a situação. Em unanimidade, disseram que houve um incidente e não um ataque ao homem.
A explicação das autoridades considera os ferimentos sofridos por Valdinei da Silva Pereira, 57. A explicação é que, caso a onça-pintada quisesse de fato atacar o ser humano, ele teria ficado gravemente ferido.
Como ela não mordeu e nem arranhou o homem, as autoridades afirmam que o que aconteceu foi um “incidente”. Ainda justificaram que o ataque foi aos cachorros que estavam soltos.
“Não foi um ataque ao ser humano, mas ao animal que era uma presa fácil”, disse Fabiane Gonçalves de Souza, Analista Ambiental do Ibama.
Participaram da coletiva, José Borges de Medeiros, PMA, Yves Costa Pereira, PMA, 2ª CIA; Cristina Ferreira Leming, presidente Fundação de Meio Ambiente do Pantanal; Diego Viana, pesquisador da Jaguarte; Fabiane Souza, analista Ambiental do Ibama; Luka Gonçalves, analista ambiental do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), Sérgio Barreto, biólogo do IHP.
Homem foi surpreendido por onça
O Jornal Midiamax conversou com Valdinei por telefone e contou que chegou em casa por volta das 20h30 e havia esquecido as luzes apagadas. Ele carregava um pedaço de madeira e a lanterna para iluminar o caminho até sua casa, na região ribeirinha, quando foi atacado pela onça.
“Bati nela com um pedaço de pau que estava na minha mão, e ela saiu de cima de mim. Não chegou a pegar em mim a unha dela, senão, eu estava deformado”, conta ele, que foi ao hospital, mas já voltou para casa.
Depois do susto do ataque, Valdinei viu que dois dos seus cachorros haviam sido levados pela onça. Essa não é a primeira vez que isso acontece, ele conta que já havia perdido outros dois cães para a onça anteriormente.
Medidas de segurança
Ainda durante a coletiva do Grupo Técnico onça urbana Corumbá-Ladário, as autoridades afirmaram que os cachorros “não estavam em lugar seguro como deveriam estar” e, por estarem soltos, eram presas fáceis.
Destacaram também que desde o início do aparecimento da onça-pintada na região, reforçaram medidas de segurança que incluem: sinal luminoso e sonoro, recomendações quanto à limpeza e descarte correto de resíduos, além de manter cachorros presos.
Com o ataque, dizem que “talvez precise ser reforçado algumas ações”.
Vida de apreensão
Por lá, a rotina mudou. As pessoas se trancam nas casas quando o sol se põe e também prendem os cachorros em local seguro. Irmã de Valdinei, Clara da Silva Pereira Duarte, 58, relata dias de medo e ansiedade devido ao aparecimento da onça-pintada.
“Já não estou aguentando mais, tô doente, de susto, com medo”, conta ela, que, no sábado passado, viu a onça rodeando a sua casa. A família adaptou a casa com tijolos e grades para tentar se proteger da onça-pintada.
Mas o medo é constante, principalmente por falta de respaldo e segurança das autoridades. “Há três dias a PMA [Polícia Militar Ambiental] não fazia rondas aqui”. Outros cachorros do bairro já foram levados pela onça-pintada.
O caso reacende o alerta da população ribeirinha de Corumbá, que há meses pede ajuda para lidar com o aparecimento de onças. Em junho, o Jornal Midiamax esteve no município, onde viu de perto a insegurança dos moradores com a situação.
Caseiro morto por onça
No dia 21 de abril, o caseiro Jorge Ávalo, 60, foi atacado e morto por uma onça-pintada. Ele estava nas proximidades do Pesqueiro Touro Morto, zona rural de Aquidauana, e exames de DNA confirmaram o ataque.
A onça responsável pelo ataque foi capturada e encaminhada para tratamento em Campo Grande. Ela chegou ao Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) desidratada e abaixo do peso ideal, por isso passou por três semanas de atendimento contínuo da equipe veterinária.
Em maio, ela foi transferida para o Instituto Amparo Animal, no município de Amparo, em São Paulo. O instituto é uma ONG sem fins lucrativos e 100% brasileira, fundada e dirigida por mulheres visionárias, desde 2010. Além disso, a unidade já abriga cinco onças-pintadas e três onças-pardas. Este projeto visa, acima de tudo, promover o bem-estar e oferecer qualidade de vida para esses majestosos animais que foram condenados ao cativeiro.
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