Durante a celebração da Solenidade de Corpus Christi, que reuniu cerca de 35 mil fiéis na Praça do Rádio Clube, em Campo Grande (MS), o padre Cléber Brugnano Rosa, coordenador de pastoral da Arquidiocese, falou com sobre a criação da Pastoral das Favelas, significado da festa, frutos do trabalho pastoral e os novos desafios sociais da Igreja.
A Pastoral de Favelas surgiu durante processo de redemocratização do Brasil em fins da década de 1970. A iniciativa foi construída por padres, advogados e moradores de favelas com vinculação com a Igreja Católica, como instituições do movimento comunitário das favelas cariocas.
Para ele, o sentimento diante da multidão que lotou as ruas da capital é, antes de tudo, de gratidão a Deus. “É uma alegria ver o povo de Deus nas ruas. Sentimos que a missão foi cumprida, e essa procissão eucarística coroou tudo aquilo que foi vivido ao longo do ano nas penitenciárias, nas unidades socioeducativas, nos hospitais. Tudo culminou nesta Santa Missa na praça, um momento de profunda união com Deus”, destacou.
Como pastor e coordenador, padre Cléber falou da responsabilidade em cultivar os frutos deixados por celebrações como esta: “Agora é hora de regar o que foi semeado. Celebramos, sim, mas o mais importante é o que virá depois. Devemos manter esse sentimento de paz no coração do povo e continuar o trabalho de evangelização com perseverança.”
Ao comentar o envolvimento das comunidades, o sacerdote também reconheceu o esforço das muitas expressões da Igreja. “Pastoral é sempre um desafio, mas também sempre vem com novidades. São diversas as pastorais envolvidas nessa missão e cada uma tem seu valor”, afirmou.
Ele revelou ainda uma preocupação pastoral que vem sendo acompanhada de perto pelo arcebispo Dom Dimas Lara Barbosa: “Nosso arcebispo está atento ao que acontece nas periferias. O crescimento das favelas e o aumento do número de moradores de rua nos desafia. Precisamos pensar com urgência na criação de uma Pastoral das Favelas e uma Pastoral dos Moradores de Rua, para levar não só assistência, mas principalmente a Palavra de Deus e a presença viva da Igreja onde ela mais se faz necessária.”
Padre Cléber reforçou que, mesmo diante dos desafios, a Arquidiocese de Campo Grande já mantém diversas frentes de atuação social. A Arquidiocese tem obras muito importantes como o Asilo São João Bosco, a Associação do Lar do Pequeno Assis e outras ações que direta ou indiretamente fazem parte da missão como Igreja. Mas tudo isso é só o começo. E com gratidão a Deus e o que já tem, mas ciente: é hora de arregaçar as mangas.
A fala do coordenador resume o espírito da Arquidiocese neste tempo de Ano Jubilar: fé celebrada, gratidão assumida e missão renovada, peregrinos de esperança.
