Em 2024, 32 recém-nascidos morreram por sepse em Mato Grosso do Sul, segundo dados preliminares da SES (Secretaria de Estado da Saúde). Cenário alerta para necessidade de prevenção nos ambientes hospitalares.
Segundo a Sobrasp (Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente), a sepse é uma das principais causas de morte evitável nos hospitais.
“O diagnóstico precoce e o manejo adequado são medidas decisivas para reduzir a mortalidade”, aponta Claudia Vidal, infectologista e membro da entidade.
É por isso que todo 13 de setembro, este sábado, é celebrado o Dia Mundial de Prevenção da Sepse, data que marca a importância de ações preventivas.
Segundo o SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade) do SUS, foram registrados 2,7 mil óbitos infantis por sepse no país no ano passado.
No entanto, conforme a entidade, os dados podem estar subnotificados, principalmente em países com médio e baixos recursos. Estima-se que cerca de 85% dos casos ocorram nesses locais.
Causada por infecções bacterianas, a sepse pode resultar de outras infecções, como vírus, parasitas ou fungos.
Na maioria dos casos, é adquirida em ambientes de assistência à saúde, sendo as Infecções relacionadas à Assistência à Saúde, um dos eventos adversos mais frequentes durante a prestação de cuidados.
As infecções associadas à assistência à saúde são provocadas por patógenos frequentemente resistentes a antimicrobianos e podem levar rapidamente à piora das condições clínicas.
A resistência antimicrobiana é um fator importante que dificulta a resposta clínica ao tratamento e acelera a evolução para sepse e choque séptico. Pacientes com sepse e patógenos, de difícil combate, apresentam maior risco de mortalidade hospitalar.
Que pode desenvolver sepse
Idosos, grávidas, recém-nascidos, crianças, imunocomprometidos e pessoas com outros problemas de saúde têm maior risco de desenvolver o problema, no entanto, qualquer pessoa pode ser afetada.
Principais sintomas em recém-nascidos:
- Temperatura corporal instável (febre alta ou hipotermia).
- Muitas vezes o neonato pode apresentar apatia, irritabilidade, letargia, dificuldade para se alimentar e sucção reduzida.
- Atenção a sinais de circulação: pele fria, pálida ou manchas roxas e má perfusão periférica.
- Outros sintomas podem incluir vômitos, diarreia, inchaço na barriga e icterícia (amarelamento da pele e dos olhos).
Principais sintomas em crianças:
- Temperatura corporal geralmente mais elevada.
- Possíveis vômitos e diarreia persistentes, redução na quantidade de urina, confusão, tontura e desconforto extremo.
- Respiração rápida, dificuldade para respirar ou sensação de falta de ar.
Como evitar
Ainda conforme a entidade, alguns cuidados são fundamentais para evitar o desenvolvimento de sepse. Confira:
- Higiene das mãos como medida mais eficaz e simples para a prevenção de infecções.
- Vacinação conforme o calendário.
- Diagnóstico correto e precoce.
- Tratamento apropriado e oportuno.
- Melhoria do saneamento básico e acesso à água potável de qualidade, como condição básica para a prevenção de infecções na população.
Tratamento
Pessoas que apresentam qualquer um destes sintomas precisam procurar avaliação médica para diagnóstico adequado e precoce da sepse. Profissionais de saúde devem buscar a fonte de infecção para iniciar o tratamento, que pode incluir antimicrobianos.
No entanto, a resistência aos antibióticos pode dificultar o tratamento. Por isso, em 2024 foi lançada a Agenda Global para Sepse como a primeira estratégia global com ações e metas a serem alcançadas até 2030, apoiada por mais de 70 organizações e parceiros em todo o mundo.
A agenda é baseada em cinco pilares:
Liderança política e a cooperação multilateral, com a meta de que 80% dos países de alta renda e 50% dos países de renda média e baixa adotem Planos Nacionais de Ação para a Sepse;
Preparação dos sistemas de saúde para oferecer atenção adequada à sepse e suas sequelas;
Mobilização social, promovendo a conscientização sobre a doença entre o público geral, políticas, com campanhas consistentes e o envolvimento direto de sobreviventes e familiares de pacientes;
Incentivo à pesquisa e a inovação para ampliar o conhecimento e o combate à sepse; e
Necessidade de incluir o manejo clínico da sepse no contexto de pandemias e outras emergências de saúde pública, garantindo uma resposta integrada e eficiente.
Essa estratégia global pretende reduzir a incidência global de sepse em 25%, aumentar a taxa de sobrevida em 20% e reduzir o custo médio/paciente-sepse/país em 20%.
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