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Cotidiano

Dia da Árvore: Viveiro Municipal doa 70 mil mudas por ano em Campo Grande

Saiba como solicitar mudas de árvores frutíferas ou ornamentais de graça e as principais orientações para o plantio
Murilo Medeiros -
Mudas de árvore no Viveiro Municipal Flora do Cerrado. (Foto: Thaís Cardoso, Jornal Midiamax)

Você sabia que tem distribuição de árvores gratuita à população? O Viveiro Municipal Flora do Cerrado produz anualmente, em média, 70 mil mudas de plantas variadas, desde frutíferas até as ornamentais. Por exemplo, é possível ganhar pés de acerola, goiaba, jabuticaba, araçá, jacarandá e até ipê.

No entanto, árvore é coisa séria e é necessário planejamento antes de plantar qualquer espécie por aí. Por isso, a Prefeitura da Capital lançou documentos de orientação simples para incentivar a arborização consciente. O material, disponível on-line, inclui manual e cartilha de arborização, além de guia de identificação de árvores.

Neste domingo (21), os brasileiros comemoram o Dia da Árvore em todo o país. A data marca a véspera da chegada da primavera, estação em que as flores aparecem colorindo a paisagem. Mas, neste ano, também será marcada pelos efeitos das mudanças climáticas, com calor acima da média, o que reforça a importância da arborização.

Como ganhar mudas?

O primeiro passo é ir até a Central de Atendimento ao Cidadão, na Rua Marechal Rondon, 2655, e procurar pela Gerência de Arborização. Lá, será necessário preencher um requerimento solicitando até três mudas para plantio na cidade. Ou seja, a Prefeitura não doa plantas para plantio em chácaras, sítios e fazendas.

O documento pede informações como o local onde a pessoa pretende plantar, medidas da calçada e se há rede elétrica, bueiro, ponto de ônibus ou outros itens que podem atrapalhar o crescimento da árvore. É possível ganhar mudas para plantio na calçada de casa, no quintal ou até em praças públicas.

“Em cerca de uma semana, entramos em contato informando quais espécies foram autorizadas. A partir daí, a pessoa pode retirar”, explica Dayane Zanela, gerente de arborização da Semades (Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável).

Dayane Zanela, gerente de arborização da Semades. (Foto: Thaís Cardoso, Jornal Midiamax)

Todas as mudas são cultivadas no viveiro da cidade, mas o local não está aberto à visitação. “Não temos atendimento direto ao público, já que a equipe está voltada para a produção de mudas”, explica Dayane.

Confira a lista de espécies disponíveis para doação:

Para calçadas:

  • Árvore da China (10-12 m)
  • Árvore Samambaia (15-20 m)
  • Aroeira Pimenteira (5-10 m)
  • Jacarandá (5-10 m)
  • Magnólia (7-10 m)
  • Pata de Vaca (5-6 m)
  • Ipê-Rosa/Roxo (8-12 m)
  • Ipê-Amarelo-Cascudo (4-10 m)
  • Ipê-Branco (7-16 m)

Para quintal:

  • Acerola (4-6 m)
  • Amora (7-12 m)
  • Araçá (3-6 m)
  • Goiaba (3-6 m)
  • Jabuticaba (10-15 m)
  • Nêspera (6-10 m)
  • Pitanga (6-12 m)
  • Romã (3-4 m)

Da semente ao plantio

O Viveiro Municipal Flora do Cerrado, no Pacaembu, em Campo Grande, existe desde 2010 e é o responsável por abastecer a população de Campo Grande com mudas. Desde então, o viveirista Antônio Andrade, de 65 anos, comanda o local. “De prefeitura, tem 15, mas já são 35 anos que eu trabalho com planta. Faço o que gosto e gosto do que faço”, afirma.

Tudo começa na estufa, que serve como um berçário para as mudas. “É tudo manual, 100% trabalho humano. Coletado, semeado e classificado por pessoas”, explica Antônio. Lá, as plantas em estágio inicial ficam protegidas do sol, da chuva e dos ventos, enquanto são cuidadas pelos funcionários. “Não pode passarinho beliscar, nada. Tem que ser isolado do tempo, mesmo, com sistema de irrigação”, diz o viveirista.

Funcionário do viveiro cuida de mudas. (Foto: Thaís Cardoso, Jornal Midiamax)

Depois, as futuras árvores vão para a área externa, em uma estrutura com cobertura de tecido, e as raízes ficam em recipientes chamados tubetes. “Nesse ambiente, tem 70% de sombra”, conta Antônio Andrade. Por fim, vão para o terceiro ambiente, que é mais parecido com as condições da vida real.

“No canteiro maior, ela tem 100% de luz solar, que é para a planta voltar à origem dela. Tem que ir para o campo, um lugar mais espaçoso, para pegar sol”, explica o viveirista. Neste estágio, a muda é transferida para um saco plástico preto, geralmente utilizado para este fim. “Daqui já pode ser doada. A pessoa pode plantar, que vai crescer”. Este processo dura cerca de três meses.

Cidade dos ipês

A muda que toma o coração dos campo-grandenses não surpreende. “Produzimos ipê-roxo, branco, rosa e amarelo. É a espécie preferida da população”, diz Dayane Zanela. Porém, ela explica que as árvores frutíferas também são opções muito pedidas. “Hoje, acerola, goiaba, jabuticaba e araçá estão entre as mais escolhidas.”

No entanto, a gerente de arborização também destaca a importância de planejar o plantio e semear árvores frutíferas longe da rede elétrica. “Plantar no local errado pode gerar problemas de manejo, e, em muitos casos, será necessária a remoção da árvore”.

No caso das mudas doadas, a equipe da Semades orienta a população quanto à forma correta de plantio. Além disso, o manual e a cartilha de arborização têm informações relevantes e de fácil acesso sobre o assunto.

Espécies proibidas

A murta e a leucena são espécies proibidas por lei em Campo Grande. A primeira, também conhecida como dama-da-noite, prejudica a citricultura do Estado, por ser hospedeira de insetos prejudiciais. Já a segunda é uma espécie considerada exótica e invasora.

“Ambas devem ser removidas e erradicadas. Quando há essas espécies, pedimos que a população procure a Prefeitura. Esses pedidos recebem prioridade justamente por envolver espécies proibidas”, explica Dayane Zanela, gerente de arborização da Semades.

Também é proibido remover árvores sem autorização da Prefeitura. O procedimento para solicitar a retirada de árvores é similar ao de doação de mudas. O primeiro passo é ir à Central de Atendimento ao Cidadão, preencher um requerimento e aguardar resposta da Gerência de Arborização.

“Um auditor fiscal de meio ambiente vai até o local, avalia a árvore, verifica se está doente, se pertence a uma espécie proibida ou se apresenta risco à população, como queda de galhos. A partir disso, é emitida autorização para remoção ou poda”, diz Dayane Zanela.

CLIQUE AQUI para ver mais orientações sobre podas e remoções.

Manual de Arborização

Dos três documentos lançados pela Prefeitura de Campo Grande na semana da Árvore, dois são destinados aos cidadãos. O Manual de Arborização é um material técnico, voltado a pessoas que trabalham com o assunto ou estudam o tema. O documento reúne diretrizes para o planejamento, implantação, manejo e manutenção da arborização no município.

Já a cartilha tem linguagem mais simples e é voltada ao público geral. “Para cidadãos e profissionais da construção civil, que frequentemente têm dúvidas sobre supressão e plantio em áreas urbanas”, explica Dayane Zanela. Este material, que você confere abaixo, foi construído em parceria com o Senai.

Por fim, junto da (Universidade Federal de ), a Semades também criou o Guia de Identificação de Árvores de Campo Grande. “Com fotografias e características das 50 espécies mais comuns na cidade. É um material ilustrado e técnico, bastante útil”, diz a gerente de arborização.

“Campo Grande é hoje a capital mais arborizada do país, com reconhecimento internacional pelo manejo de sua arborização urbana. Esses documentos são importantes para reunir e divulgar informações de forma acessível e técnica, fortalecendo a preservação e o plantio adequado. Plantando a espécie correta no local certo, evitamos problemas futuros”, conclui Dayane Zanela.

Muda de jacarandá no Viveiro Municipal. (Foto: Thaís Cardoso, Jornal Midiamax)

Confira a Cartilha de Arborização:

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(Revisão: Dáfini Lisboa)

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