A dermatite atópica é uma doença crônica, relacionada à baixa hidratação da pele, causando inflamações que podem levar ao aparecimento de lesões, coceira e desconforto.
No dia último dia 27 de maio, o Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, publicou portarias no DOU (Diário Oficial da União) para que o SUS (Sistema Único de Saúde) passe a oferecer o tratamento integral da doença. Na prática, quem possui a condição poderá receber mais três medicamentos, sendo duas pomadas para a pele e um remédio oral.
Como alguém contrai a doença?
A dermatite atópica ainda não tem sua causa totalmente esclarecida, mas é mais comum em pessoas que têm histórico familiar da doença.
A médica dermatologista Dra. Carolina Albuquerque Arroyo, em entrevista ao Jornal Midiamax, também afirma que a condição está frequentemente relacionada a outras doenças alérgicas, como a rinite e a asma.
Ainda, ela explica que a dermatite atópica costuma se manifestar principalmente na infância, mas pode permanecer até a vida adulta, já que é uma doença crônica.
Quais são os sintomas da dermatite atópica?
O principal sintoma da doença é a pele seca, que causa lesões chamadas de eczemas, além de coceiras e irritações na pele. Os locais mais comuns são os braços e a parte de trás dos joelhos, mas isso pode variar de pessoa para pessoa.
A especialista diz que isso ocorre devido à diminuição de filagrina, substância capaz de manter a pele hidratada. Esse seria, a propósito, o sintoma é mais comum nas crianças.
“Durante a infância, ela tende a apresentar uma pele mais seca, com áreas de eczema, uma área de pele mais ressecada, com crosta, que tem bastante coceira e causa certos desconfortos. A dermatite atópica é uma doença crônica, mas ela tende a ter uma melhora principalmente na vida adulta”, explica Carolina.
Como funciona o tratamento?
O tratamento varia de acordo com a gravidade da doença em cada pessoa acometida. Segundo a dermatologista, é fundamental que o SUS passe a oferecer tanto o tratamento de prevenção, que consiste na hidratação da pele, quanto o tratamento das crises nas fases agudas da doença.
“Em casos leves, pode ser feito só o tratamento local. Casos mais graves requerem tratamentos mais sistêmicos, com medicações como imunobiológicos. Por isso, é importante ter essa avaliação adequada e instituir o tratamento mais indicado para que esse paciente tenha um controle da doença e evite o aparecimento de outras doenças oportunistas.”
Na medida oficializada pelo governo, são duas pomadas para a pele (tacrolimo e furoato de mometasona) e um medicamento oral (metotrexato) que serão disponibilizados para os cuidados com a condição.
As pomadas, inclusive, são uma alternativa aos pacientes que não podem utilizar corticoides, geralmente recomendados em casos mais agudos da doença.
Carolina ainda atenta para a possibilidade de outras doenças associadas à dermatite que podem se desenvolver. “É muito comum o aparecimento de doenças oportunistas bacterianas. Por isso, o paciente não pode deixar a doença se perpetuar e deve fazer o tratamento precocemente para evitar que essas áreas se ampliem”, completa.
O que muda em Campo Grande?
Apesar de a medida já estar ativa, os acometidos pela doença podem ter de esperar algum tempo para receber o tratamento integral em Campo Grande. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que a Comissão de Farmacoterapêutica Municipal analisará a nova diretriz para incorporar o furoato de mometasona no SUS.
Já o Ministério da Saúde estabelece o prazo de 180 dias para os municípios efetivarem a oferta deste medicamento na rede pública de saúde.
(Com supervisão de Guilherme Cavalcante)
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