Enquanto decorrem as oitivas do Consórcio Guaicurus, promovida pela Câmara de Vereadores de Campo Grande, usuários seguem ‘penando’ diante do serviço tomado por desconforto e insegurança.
Nos horários de pico, aqueles em que a maioria dos trabalhadores se deslocam entre seus locais de trabalho e suas casas, multiplicam-se os relatos de usuários que afirmam que os veículos disponibilizados pelo Consórcio seguem superlotados.
Além deste problema, os relatos apontam que a frota velha, já assumida pelos gestores do Consórcio nas oitivas da CPI, ocasiona problemas mecânicos que deixam os ônibus pelo caminho e causam atrasos para os trabalhadores.
Superlotação e quebras
No ponto localizado na praça Ary Coelho, a usuária Camila confirmou as tantas reclamações que se amontoam contra os serviços prestados pelo Consórcio.
“Costumo pegar todos os dias, no horário das seis, das sete da manhã e no horário agora entre cinco e meia e seis horas. São horários de rush, bastante movimentado, bastante turbulento, há momentos que a gente não consegue sequer entrar nos ônibus mesmo, porque está bem lotado”.
Além da superlotação, ela aponta que não há conforto mínimo para os deslocamentos. “Os ônibus são péssimos, não oferecem conforto nenhum. Sem falar da situação deles quebrarem no meio do caminho. A gente que cumpre horário, que somos CLT, que cumpre horário, tem que ficar tirando foto de um ônibus quebrado pra mandar pra patrão, algo muito constrangedor, pra provar que você não está mentindo”, relatou a usuária.
Questionada sobre acreditar que a CPI possa melhorar a situação do transporte público em Campo Grande, as respostas não são de muita expectativa. “Estão investigando, discutindo o que toda a população já sabe, nem precisava de uma discussão, era só um dos nossos governantes pegar um ônibus num horário desse, que ele iria contemplar e ver a situação que nós passamos todos os dias, que não tem ônibus de qualidade, que não tem ônibus em quantidade suficiente”, exclamou.
Usuários relatam precariedade no serviço. (Foto: Madu Livramento, Midiamax)
Ônibus lotado = esperar o próximo
Há relatos de usuários que, nos horários de pico, veem seu ônibus passar lotado e têm que esperar o próximo passar para poder embarcar. É o caso de Luiz, que sai de casa às 6 horas e precisa encarar o veículo já ‘abarrotado’ de passageiros.
“Eu volto pra casa em torno de meio-dia e, nesse horário, tem bastante gente voltando do trabalho, indo pra algum lugar, e nessa o ônibus costuma estar bem cheio, isso quando não quebra. Além disso, [o serviço] é bem desorganizado. Acontece de pegar ônibus velho, ônibus quebrado, e isso só atrasa mais a gente”. O relato de Luiz apenas confirma o de Camila e o de tantos outros.
O caso de Aldo se assemelha ao deles. “A gente tem que esperar o próximo ônibus, e isso se a gente conseguir entrar, porque é muita gente esperando, muita gente dependendo de ônibus, é complicado”, afirmou.
Aldo destacou ainda dois outros pontos importantes. A questão da acessibilidade e também o aumento recente das tarifas. “Os cadeirantes estão passando por uma situação muito complicada a respeito do elevador que estraga ou, às vezes, o ônibus está tão lotado, que o espaço específico pra eles está indisponível”, disse.
Mas não só reclamações os usuários relatam. Principais interessados, cada um tem ideias sobre como o serviço poderia melhorar. “Eu acho que no horário de pico deveriam aumentar a quantidade de veículos nas ruas. Já que subiu a tarifa, deveriam colocar um transporte de qualidade”, sugeriu.
Diante das reclamações, o Jornal Midiamax questionou o Consórcio Guaicurus sobre os pontos de atenção relatados pelos usuários, como superlotação e manutenção dos veículos. Até o momento da publicação desta matéria, não houve resposta. O espaço segue aberto para posicionamento.
(Fotos: Madu Livramento, Midiamax)
CPI do Consórcio Guaicurus
Nesta quarta-feira (18), o atual ‘chefão’ do Consórcio Guaicurus, diretor-presidente Themis de Oliveira, não apresentou números em oitiva da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). Enquanto os dados ficaram para depois, insistiu em barreiras para instalação de ar-condicionado nos ônibus e renovação da frota em Campo Grande.
Mais uma vez, o Consórcio afirmou que não substituirá os ônibus ultrapassados que realizam transporte público em Campo Grande. Themis alegou que a renovação não é possível sem aporte público.
Além dele, a sessão desta quarta-feira previa oitiva com o sócio-proprietário do Consórcio Guaicurus, Paulo Constantino. Mas ele entregou atestado e não compareceu à oitiva. O presidente da Comissão, Lívio Leite (União), disse que vão deliberar sobre nova convocação. Para isso, os membros se reúnem na segunda-feira (23).
Se houver nova oitiva, os vereadores podem estender a terceira fase. Enquanto isso, confirmaram audiência pública com os usuários do transporte público em 25 de junho. Telão na praça Ary Coelho transmitirá o momento.
O que você acha do serviço?
E você, leitor do Jornal Midiamax: o que acha do serviço de transporte público prestado pelo Consórcio Guaicurus?
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