O espaço é pequeno, fica à mostra do cliente por meio de uma porta de vidro, possui quatro máquinas — três delas industriais — e o seguinte recado: “Só consertos”. Há 13 anos, o ateliê da costureira Adair da Silva Rezende, de 77 anos, é ponto de socorro quando solta a alça de uma mochila, estraga um zíper ou então alguém precisa diminuir a barra de uma calça, entre outros ajustes.
Ligeira que é, entrega o serviço enquanto o cliente almoça ou dentro de algumas horas, mas, mesmo assim, vive respondendo não para quem ainda insiste que ela faça roupas “do zero”.

Nos próximos dias, o Jornal Midiamax fala sobre o desenvolvimento desta região em seu novo projeto, o Fala Povo: Midiamax nos Bairros. Ao longo desta semana, no site, jornal impresso e programa televisivo do Jornal Midiamax (canal 4 da Net), várias histórias serão mostradas, além de curiosidades, pontos gastronômicos, segurança e tudo o que envolve o cotidiano da população local.
As reportagens vão culminar com uma edição ao vivo do programa, transmitida da região neste dia 27 de setembro, sábado.
‘Faço só consertos, eu adoro’, diz costureira
“Aparece muito pedido de urgência e a pessoa fala: ‘Dona Adair, pode arrumar enquanto eu vou almoçar?’. Ou então a pessoa fala que vai sair às 13h e precisa da calça, por exemplo. Às vezes, até a máquina fica ligada, sou ligeira. E esta sempre foi a minha ideia, fazer só consertos. É muito bom, eu adoro”, contou Adair ao Jornal Midiamax.
Adair costura desde os anos 2000, já morou em São Paulo, onde tudo começou, e aqui trabalhou em locais famosos, como a Molina Modas, além de ateliês na região central de Campo Grande.
“Entendi que manter este serviço, só de consertos, é algo que entraria um dinheiro mais rápido, então, trouxe a ideia para o bairro também. E passei por diversas fases, da calça de cós baixo, da boca de sino, da calça flare, mas o serviço mais solicitado é o zíper e a barra”, afirmou.


Em seu ateliê, Adair possui a máquina interloque, reta e galoneira industrial e “caseira”, que é a de zigue-zague. “Eu tinha mais ainda, só que foi vendida. E aqui é bom porque faço a rotina do meu jeito, venho a hora que eu quiser e sempre peço para a cliente ligar quando estiver vindo, ainda mais porque saio para comprar aviamentos, então, a minha rotina é esta”, argumentou.
A costureira comenta ainda que teve muitas conquistas por conta de sua profissão e ressalta: “Costurar é a minha vida. Gosto muito de dirigir também, tirei a carteira aos 65 anos. E tudo começou lá atrás, quando meus irmãos foram morar em São Paulo e compraram uma máquina de costurar para mim. Eu já tinha as crianças pequenas e aí comecei, uma amiga me arranjou uma oportunidade com os coreanos do Brás e fui anos assim. Só que, neste momento, trabalhar não é uma necessidade, é algo que me faz bem”, finalizou.
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(Revisão: Dáfini Lisboa)