O Índice de ICF (Intenção de Consumo das Famílias) em Campo Grande registrou uma queda pelo quarto mês consecutivo em maio de 2025, atingindo 100,5 pontos. Este patamar, embora próximo à zona positiva (acima de 100 pontos, que indica satisfação quanto à capacidade de consumo), representa uma nova retração em relação aos 101,5 pontos observados em abril. Os dados são da pesquisa mensal da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).
A continuidade do recuo no consumo das famílias de Campo Grande é um sinal de alerta para a economia local. A economista Regiane Dedé de Oliveira, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio MS, avalia que, “apesar da manutenção de índices de consumos iguais ao do ano passado (45,6%) e da perspectiva de consumo para os próximos meses também ser como a do ano anterior (41,3%), o impacto de fatores como juros ainda elevados e a alta no preço de alguns produtos essenciais na mesa do brasileiro pode estar influenciando a decisão de ir com mais calma às compras, especialmente as de maior valor”.
A queda do ICF foi puxada, principalmente, pela piora na percepção sobre o nível atual de consumo para bens duráveis, que registrou uma retração de 4,4%. Além disso, a perspectiva profissional recuou 2,5%, e a avaliação da renda atual apresentou uma queda de 1,3%. O índice para o “Momento para aquisição de duráveis” atingiu 89,6 pontos em maio. Em relação à situação de emprego, 13,5% dos entrevistados se declaram desempregados.
A pesquisa, que mede a confiança do consumidor em relação a emprego, renda, crédito e capacidade de consumo no presente e no curto prazo, é realizada mensalmente com base na percepção de pelo menos 500 famílias em Campo Grande. Para maio de 2025, os dados foram coletados nos últimos dez dias de abril.
Apesar do cenário de retração, a pesquisa mostra que 46,8% das famílias sentem que o acesso ao empréstimo/crédito para comprar a prazo está igual ao ano passado. No entanto, a parcela das famílias que considera um “mau momento” para adquirir bens duráveis é expressiva, chegando a 48,9%. A faixa de renda “Até 10 salários mínimos” apresenta um ICF de 97,8 pontos, indicando uma percepção de insatisfação abaixo da média geral.
O ICF, por ser um indicador antecedente do consumo baseado na visão dos próprios consumidores, é uma ferramenta importante para a política econômica, atividades produtivas, consultorias e instituições financeiras, auxiliando na compreensão das tendências de consumo e na formulação de estratégias diante do cenário de cautela das famílias em Campo Grande.
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