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Cotidiano

Comércio em Inocência passa a sentir a escassez de mão de obra, desafios logísticos e mudanças culturais 

Diante do novo cenário, comerciantes têm buscado se reinventar e adaptar seus negócios para acompanhar o ritmo de crescimento da cidade
Idaicy Solano -
Movimentação em mercado em Inocência (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Desde o anúncio da chegada da Arauco — gigante do setor de celulose — ao município de , distante 330 quilômetros de , os reflexos do desenvolvimento acelerado já começam a ser sentidos pelo comércio local.

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Setores como alimentação, hospedagem e serviços essenciais enfrentam dificuldades diante da escassez de mão de obra, dos desafios logísticos e das mudanças culturais trazidas por novos moradores e trabalhadores de diversas regiões do país.

Diante desse cenário, comerciantes têm buscado se reinventar e adaptar seus negócios para acompanhar o ritmo de crescimento da cidade. Apesar dos obstáculos, o sentimento é de otimismo, com boas perspectivas de prosperidade e expansão para o futuro do comércio local.

Hotéis vivenciam o crescimento do setor 

O Califórnia é um dos pioneiros do setor em Inocência e iniciou suas atividades na cidade em 2009, com 31 apartamentos. Após a chegada da celulose, o aumento da demanda da hospedagem fez com que os responsáveis pelo empreendimento investissem na construção de uma nova ala com mais 20 quartos, que foi inaugurada há seis meses. 

Atualmente, o hotel opera com lotação , e para conseguir uma reserva, é preciso agendar com duas semanas de antecedência. Outra mudança significativa sentida pelos funcionários foi em relação ao perfil dos hóspedes, que agora chegam de todos os estados do Brasil e até mesmo de fora do país. 

A gerente administrativa do hotel, Rita Rosângela de Souza, comenta que além da abertura de mais quartos, a equipe também passa por diversas reuniões de alinhamento. 

“Claro que não é uma mudança que vai acontecer esse ano. Pra gente se preparar será um período longo, mas a gente está buscando conhecimento, buscando fazer reuniões, buscando opiniões com hóspedes que vêm, ouvindo sugestões. Eles contam como é [a hospedagem] em outros lugares e a gente vai se adequando”, resume a gerente. 

Gerente de hotel, Rita comenta que setor expandiu na cidade (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Há poucos metros da cidade, na rodovia MS-112, o Inocência Park Hotel conta com vinte quartos montados em um loteamento. De acordo com o proprietário, Neander Cortez Lucena, já foi dado o início à ampliação de mais 120 quartos, para atender as demandas da fábrica. 

O empreendimento funciona há quatro meses, mas o proprietário detalha que o hotel foi projetado há dois anos, quando a Arauco sinalizou que instalaria sua fábrica no município. A ideia é atender a cidade tanto durante as operações, quanto depois. No entanto, o empresário destaca dificuldades na logística e escassez de mão de obra. 

“A gente veio pra Inocência visando a parte de evolução imobiliária. A cidade tende a crescer muito e dar esse suporte pra nós, que somos investidores. Viemos pra cá pra investir em uma demanda que é amplamente divulgada, que é a falta de hospedagem em Inocência”, resume Neander. 

Comércio sofre com falta de mão de obra 

Adinilson Nunes administra um mercado na cidade e comenta que, com a chegada da celulose, a procura por trabalhadores aumentou e o comércio enfrenta dificuldade para suprir a demanda. Um dos motivos citados pelo comerciante é a alta nos preços dos aluguéis, que dificulta o interesse em novos trabalhadores se estabelecerem na cidade. 

O comerciante revela que busca funcionários em outras cidades e tenta realocar trabalhadores de sua filial em Paranaiba, e para sanar o problema com moradia, oferece alojamentos na cidade para abrigar os trabalhadores. 

“Hoje o nosso maior desafio é investir, mas a tem que investir porque é uma grande oportunidade para todos os segmentos, não só o meu. A cidade vem numa velocidade de crescimento e a gente tem que acompanhar. Temos que aproveitar o desenvolvimento que chegou muito rápido e bastante dinâmico”, diz. 

Antônio Batista Pereira possui um mercado há 20 anos, e também enfrenta problemas com a falta de mão de obra. Ele conta que nas últimas duas décadas observou muitas mudanças na cidade, mas nenhuma comparada a chegada da fábrica de celulose. 

Para ele, o empreendimento significa uma esperança de crescimento, mas antes, precisa lidar com as ‘dores do crescimento’ e adaptar o comércio à nova realidade. “Estou conseguindo manter o mercado, mas não é fácil não, é muito apertado. Falta muita mão de obra, falta qualificação dos serviços, falta incentivo para as pessoas.”

Antônio possui mercado em Inocência há 20 anos (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Chegada da fábrica abre portas para novos e antigos negócios 

A chegada da gigante de celulose também atraiu moradores de outros municípios de , que decidiram aproveitar o ‘boom’ econômico e investir em empreendimentos em Inocência. O casal Adriano Pereira e Larissa Makye abandonaram suas profissões e se mudaram de Três Lagoas, para investir em um restaurante.

Eles estão na cidade há cerca de um mês, e contam que foram atraídos pela promessa de crescimento da cidade. Com boas expectativas para o futuro, o casal comenta que o restaurante também é uma oportunidade de dedicar mais tempo à criação do filho, Nicolas, de sete meses. 

O intuito do casal é alavancar as vendas oferecendo alimentação tanto para os moradores e visitantes da cidade, quanto para os trabalhadores em obras. “A gente tem feito um levantamento da população e da quantidade de pessoas que estão vindo, quantidade de restaurante, para a gente ter uma média de quantas pessoas a gente vai conseguir atender. A gente está estudando o fechamento de contrato para fornecer marmita também para essas pessoas das obras e que não podem se deslocar e vim até aqui almoçar”. 

O barbeiro Salen Soares viu sua clientela aumentar de oito para 20 pessoas atendidas por dia após o começo das obras da fábrica. Para ele, acompanhar o crescimento da cidade vai depender da mentalidade e preparo de cada comerciante, por isso já vêm se preparando para dar conta do fluxo de clientes, que aumenta a cada dia. 

“Eu atendo o público masculino, então pra minha parte, está melhorando. Cada dia que vai passando, vão chegando mais homens, e a cidade ainda não está com o total que se espera. Então a expectativa [de crescimento] é gigante”.

Salen varrendo chão de barbearia após atendimento (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

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