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Cotidiano

Com proibição de celulares nas escolas, rendimento na aprendizagem e recreação aumenta em MS

Diferentemente do que muitos imaginavam, a adaptação tem sido muito positiva e os alunos, antes descrentes, concordam que há muitos benefícios na medida
Jennifer Ribeiro -

Há pouco mais de um mês, alunos vivem a novidade de não utilizar o celular dentro do ambiente escolar em , em cumprimento à Lei Federal 15.100 que determinou a restrição do uso do aparelho nas escolas. Diferentemente do que muitos imaginavam, a adaptação tem sido muito positiva e os alunos, antes descrentes, concordam que há muitos benefícios na medida.

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Conforme Márcio Beretta Cossato, diretor da Escola Estadual Lúcia Martins Coelho, em , o período de adaptação tem sido muito mais tranquilo do que o esperado. Os já têm percebido mais concentração em sala de aula, e no intervalo, quando o uso do aparelho era maior, os alunos têm buscado outras fontes de distração, essas, sim, muito mais saudáveis.

“Foi um período de bastante movimentação. Toda a equipe passou por um processo formativo, seguindo as orientações da lei federal e das resoluções estaduais que norteiam todo esse processo. A princípio, achamos que seria um pouco mais conturbado por conta do celular, já que essa geração nasceu com o celular na palma da mão. No entanto, toda essa mobilização nos surpreendeu”, conta Márcio.

O diretor explica que, para os alunos se preparem para essa mudança, a escola realizou diversos trabalhos de conscientização que envolveram muito diálogo entre os alunos e pais, justamente para que a família fosse suporte neste momento de adaptação para todos.

“Hoje é um período de mobilização constante. O papel da escola é orientar, é conversar com os alunos e falar sobre a importância da não utilização do celular. Constantemente passo em todas as salas falando que eles não podem usar, então está sendo muito tranquilo”, pontua.

Mudanças já são percebidas

Márcio observa que o rendimento acadêmico já melhorou consideravelmente entre os alunos. Desde o início das aulas, apenas duas ocorrências de uso do aparelho foram registradas. Nestes casos, os celulares foram recolhidos e as famílias comunicadas.

“A gente sabe que o celular atrapalha a aprendizagem, por isso os professores agradeceram muito, porque antes eles competiam com o uso do telefone. É claro que não era permitido, mas os professores não tinham tanto esse amparo legal para poder proibir. Agora não! Com a lei federal, a escola consegue perceber um melhor entrosamento aqui na escola, nos momentos de intervalo, porque eles também não podem usar. Então, a retirada do celular beneficiou muito o aluno, que é o principal objeto”.

Para facilitar o processo de adaptação, a escola, que é período integral, deixa a disposição dos alunos três mesas de ping-pong, duas mesas de pepolim e oferece atividades esportivas monitoradas por profissionais. Se antes as mesas recreativas eram ignoradas, hoje, movimenta fila.

“A escola ampliou os momentos de convívio com jogos, tem profissionais de um projeto da SED de práticas de convivência e socialização que fazem todo esse trabalho para que os alunos possam interagir entre eles e praticar atividades esportivas ou jogos interativos para suprir essa necessidade do aparelho”, conta.

Alunos durante intervalo na escola (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

Mais foco nos estudos

A estudante Ana Clara Coelho Irani, de 16 anos, está no 2º ano do Ensino Médio. Embora não tenha gostado da ideia de ficar sem celular na escola quando a medida foi anunciada, hoje concorda que consegue focar muito mais nos estudos sem a distração do aparelho.

“Quando descobri a proibição do celular, estava de . Quando a gente estava de férias, era celular o dia todo. Então foi bem triste receber essa notícia! Mas, ano passado, eu tinha foco nos estudos, só que, ao mesmo tempo, era foco nos estudos e no celular. Hoje sinto que é foco mais nos estudos, a gente meio que esquece um pouco da vida no celular”, afirma.

Para a estudante, todo o processo foi mais fácil do que imaginou. O intervalo segue desafiador, claro, afinal, era o momento em que eles mais ficavam focados na tela. Apesar disso, o momento tem servido para estreitar a relação com os colegas e aprender atividades novas.

“A gente se aproxima muito mais do outro. A escola proporciona ping-pong e estamos aprendendo, conversando muito mais”, pontua.

Ana Clara jogando ping-pong durante intervalo (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

Proibição impacta uso do celular em casa

O estudante do 1º ano do Ensino Médio, Daniel Calebe, de 14 anos, concorda que focar nos estudos ficou bem mais fácil após a proibição do celular no ambiente escolar. Ele conta que ficar sem o aparelho por tanto tempo tem, inclusive, favorecido o uso moderado do celular em casa.

“Diminuiu o uso do celular em casa porque, quando a gente começa a usar menos, geralmente interfere em outras áreas”, conta. “Achei bem fácil do que eu pensava que seria, porque a gente é muito acostumado a mexer nele, principalmente na hora do intervalo. Então no começo foi difícil, mas depois nos adaptamos bem”, afirma.

Para o aluno, além de aumentar sua concentração nos estudos, o não uso do celular ajudou a aumentar a interatividade e criatividade dos estudantes, especialmente no intervalo.

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