Cientistas da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) conseguiram registrar e relatar comportamento incomum de Rhyacoglanis paranensis, também conhecidos como bagres-abelha ou peixes-gato-abelha.
Os animais estavam amontoados e tentando escalar cachoeiras do Rio Aquidauana, em Mato Grosso do Sul. É a primeira vez que se observa este comportamento na espécie, segundo o estudo publicado neste mês, no Journal of Fish Biology.
Logo, os registros inéditos de bagres, naquela quantidade e em tentativa de migração, também sugerem que os animais estavam em processo de reprodução. A espécie é “relativamente rara”, assim como a quantidade de exemplares e o comportamento de escalada observados.
O alerta foi feito por membros da PMA (Polícia Militar Ambiental) de MS, no Rio Aquidauana, em novembro do ano passado. O período coincide com o início da estação chuvosa em MS, reforçando que a escalada está em contexto de migração reprodutiva, assim como outras espécies.
Acionada pela PMA, a equipe de cientistas, composta por Manoela Marinho, Eris de Paula, Francisco Severo-Neto, Yasmim Santos e Heriberto Gimênes Junior, foi a campo para registrar o fenômeno.
Observação de peixes durou cerca de 20h
Cientistas também relataram algumas curiosidades: durante a observação de quase um dia inteiro, a escalada ocorreu principalmente no fim do dia, com os peixes se abrigando sob rochas e em áreas sombreadas durante as tardes quentes e começando a subir somente no cair da noite. Ainda, observou-se que os peixes mantiveram nadadeiras emparelhadas bem abertas, com movimentos laterais e da cauda, sugerindo algum mecanismo de sucção para se fixar em superfícies planas.
O estudo aponta necessidade de observações mais intensas para entender o papel ecológico da espécie, assim como a importância da conservação de espécies migratórias pequenas diante de intervenções humanas, como construção de barragens e problemas ambientais diversos.
Além do Rhyacoglanis paranensis, houve registro de outras três espécies de peixes escalando as rochas. O estudo também ganhou as páginas do jornal estadunidense The Miami Herald.
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