O chargista Milton César morreu na noite deste sábado (28), aos 55 anos, após se envolver em um acidente de trânsito na BR-163, no Jardim Colúmbia, em Campo Grande. As circunstâncias da colisão contra uma carreta estão sendo apuradas.
Milton deixa o legado do talento que transbordava em imagens carregadas de críticas sobre o cotidiano de Mato Grosso do Sul e do mundo, além do humor e traços artísticos inconfundíveis.
Além da atuação de 20 anos no Jornal Midiamax, Milton também trabalhou em diversos veículos de comunicação do Estado e do Brasil, como o Folha do Povo, Revista Leia, A Crítica e Jornal O Estado. Portanto, são anos de trabalho ilustrados em milhares de charges sobre os acontecimentos.
Traços da criatividade
Em todas as charges, apesar da assinatura no canto da tela, os traços inconfundíveis de Milton César transformavam o assunto cotidiano em debate. Das mais antigas, em 2022, Milton refletiu em críticas a charge sobre o aumento da tarifa do ônibus. Das mais recentes sobre o assunto, Milton fez uma crítica ácida e humorada sobre a situação “das cavernas” dos veículos do transporte público.
Segundo o filho de Milton, Matheus Ornellas, o artista deixará uma marca eterna na história sul-mato-grossense. “Um excelente pai, marido e artista, o legado dele ficará nos nossos corações e com a forma que ele se expressava em seus desenhos. Era muito orgulhoso e gostava muito de trabalhar com o que gostava, que era a arte e sempre dizia que tinha sorte de ganhar a vida com desenho”, descreve.
A família segue com os procedimentos para o velório, previsto para a segunda-feira (29). Ainda não há informações sobre o local da despedida.

Milton nasceu em Ponta Porã. Logo, o filho relembra que ele “brincava” de torcer para o APF (Asociación Paraguaya de Fútbol). “Como tem descendentes, fazia graça com o Paraguai. Falava que o time dele é o rock and roll”.
Uma das últimas artes retratava Milton a nova idade “nas costas”. A imagem ilustra ele carregando os 55 anos, feita no dia 14 de junho deste ano.
‘Trajetória registrada’
Sócio-fundador do Jornal Midiamax, Carlos Eduardo Belineti Naegele, diz que Milton é insubstituível e será eternizado com o legado das suas artes. Ele recebeu a notícia pela manhã e conversou com os familiares do artista.
“A trajetória profissional está registrada. Ele tinha a capacidade ímpar de conseguir, através da arte e da sua sensibilidade, transformar os fatos em desenhos, que por si espelhavam com muita inteligência e perspicácia. Era um pessoa simples, mesmo com mais de 20 anos de carreira, sempre surpreendendo a cada charge. Eu brincava com ele dizendo ‘qual a pérola de hoje?’ Era um profissional que tinha prazer em trabalhar com o que gostava, vibrava a cada arte. A lembrança dele conforta nossa dor. Perdemos uma pessoa companheira de longa data e que vai fazer muita falta”, relata.
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