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Cotidiano

Centenas de pessoas formam filas em Campo Grande no primeiro dia da vacinação geral contra gripe

Em meio ao surto de doenças respiratórias, mais de 400 procuraram se vacinar contra a gripe neste domingo (27)
Lethycia Anjos, Carol Leite -
Vacinação contra a gripe
Vacinação contra a gripe (Helder Carvalho, Midiamax)

Em meio ao surto de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), ampliou o público-alvo da vacinação contra a gripe para toda a população. A imunização, prevista para começar às 8h deste domingo (27), teve cerca de uma hora de atraso, o que gerou enormes filas e descontentamento entre os mais de 400 moradores que acordarem cedo para ir até o local.

Das 200 mil doses enviadas à Capital, apenas 56 mil haviam sido aplicadas até a última semana, o que indica que apenas um terço do público prioritário foi imunizado desde o início da campanha, em 12 de abril. Apesar da ampliação, a recomendação das autoridades de saúde é que os grupos prioritários procurem as unidades de saúde o quanto antes para garantir a proteção.

A vacinação, que ocorre na Igreja Universal, localizada na Avenida Mato Grosso, conta com o apoio de quatro profissionais aplicando as doses. No local, estudantes de fisioterapia da também oferecem aferição de pressão arterial, testes de força muscular e oxigenação. Voluntários da Cruz Vermelha ajudam na organização do atendimento. Além disso, crianças e idosos são atendidos com prioridade.

Entre os que chegaram cedo para garantir a dose, a aposentada Benedita Ribeiro, de 80 anos, foi a primeira a se vacinar. Ela destacou a importância da imunização para os idosos.

“É muito importante, principalmente para quem está na minha idade. A gente precisa se proteger, porque a situação nos hospitais está feia, tudo lotado. Se você demora, a doença piora. Então, considero a vacina fundamental”, disse.

Além da vacina contra a gripe, Benedita aproveitou a ação de saúde para realizar exames de hepatite e atualizar a caderneta de vacinação.

Alta de casos acendeu alerta na população

Vacinação contra a gripe
Vacinação contra a gripe (Helder Carvalho, Midiamax)

Conforme boletim epidemiológico da SES (Secretaria Estadual de Saúde), Mato Grosso do Sul registrou 1.940 hospitalizações por SRAG neste ano e 27 mortes. Em meio a esse cenário, a vendedora Danielly de Sá, de 30 anos, compareceu à vacinação acompanhada dos pais e dos três filhos, de 2, 4 e 9 anos. A decisão de ir ao mutirão neste domingo (27) veio após todos os filhos e a mãe dela (avó das crianças) contraírem influenza. A filha mais nova, de 2 anos, chegou a precisar de observação hospitalar por ter bronquite, mas, felizmente, nenhum dos outros familiares precisou ser internado.

“Meus três filhos já pegaram Influenza. Por isso chegamos cedo para garantir a vacina, está em falta nos postos. Imagina se aqui não acaba também, com tanta gente vindo procurar a vacinação de gripe”, relatou.

Sobre a escolha de procurar a vacinação no domingo, em vez de esperar pelas unidades de saúde do bairro, ela explicou que teme a falta de imunizantes após a ampliação do público.

“Está esse surto todo, Campo Grande inteiro na expectativa. Falaram que eram só 200 mil doses, então imagina, muita gente para se vacinar. Se a gente esperasse para segunda-feira e chegasse lá e não tivesse vacina, ia ser pior. Preferimos vir agora, garantir logo e ficar protegidos”.

Campanha no domingo atrai trabalhadores

Vacinação contra a gripe
Vacinação contra a gripe (Helder Carvalho, Midiamax)

Para quem trabalha de segunda a sábado, as campanhas vacinais aos fins de semana é a chance de atualizar a caderneta. Foi isso que motivou o jovem Andrei Aloe, de 18 anos, a procurar a vacinação. Ele chegou ao local por volta das 8h30, acompanhado da mãe e da irmã.

“É o dia que a gente tem disponível. Durante a semana é aquela correria. Domingo de manhã é o único momento que dá para tomar a vacina. Mas, pelo tamanho da fila, a expectativa é de passar algumas horas esperando”, comentou.

Apesar de ninguém da família ter contraído a influenza recentemente, Andrei relatou a preocupação diante da alta de casos. “Estamos vendo muita gente pegar gripe, então ficamos com receio. Mas, graças a Deus, ninguém da nossa família adoeceu. Tomamos vacina todo ano, sempre procurando manter a proteção!”.

A mãe dele, Kelly Aloe, de 44 anos, também destacou a dificuldade de se vacinar durante a semana, por isso decidiu acompanhar o filho neste domingo. 

“Trabalho o dia inteiro, saio do serviço às 18h horas da noite, e as unidades fecham às 17 horas. Meus filhos também estudam, então fica difícil. Essa vacinação no domingo está sendo maravilhosa. Com tantos casos e óbitos recentes, é uma questão de prevenção e cuidado com a própria saúde”, diz.

Além da vacina contra a gripe, quem comparecer ao local pode atualizar a caderneta de vacinação com outros imunizantes do calendário municipal, como Hepatite, Tríplice Viral, DTP, Influenza, Covid-19, entre outros. Doses que seguem calendários específicos, como a vacina contra o HPV, não estão disponíveis.

Vacinação contra a gripe segue aberta nos próximos dias

A partir desta segunda-feira (28), a vacinação contra a gripe também ocorrerá nas 74 unidades de saúde e em outros cinco pontos estratégicos ainda não anunciados pela prefeitura.

Vale lembrar que a vacina disponibilizada pelo SUS (Sistema Único de Saúde) protege contra três cepas de vírus da gripe: A/Victoria/4897/2022 (H1N1)pdm09, A/Thailand/8/2022 (H3N2) e B/Austria/1359417/2021 (linhagem B/Victoria), conforme a Instrução Normativa nº 261, de 25 de outubro de 2023, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Vacinação contra a gripe
Doses da vacina (Helder Carvalho, Midiamax)

Situação de emergência

A Prefeitura de Campo Grande decretou situação de emergência na saúde por 90 dias diante do aumento de casos de síndrome respiratória e déficit de leitos na rede pública de saúde. A medida foi tomada em reunião do COE (Centro de Operações de Emergência) para Doenças Respiratórias e Arboviroses, na manhã deste sábado (26), para discutir propostas para agilizar os atendimentos. 

Há quase um ano, em 30 de abril de 2024, Campo Grande decretava situação de emergência na saúde diante do déficit de leitos pediátricos. O decreto foi publicado em edição extra do (Diário Oficial de Campo Grande), neste sábado.

Durante o encontro, a pasta informou que nenhum hospital da rede privada dispõe ou tem capacidade de ampliar leitos para atender a demanda do SUS (Sistema Único de Saúde), especialmente para UTI (Unidade de Terapia Intensiva) pediátrica. A medida irá permitir que o Executivo adote estratégias operacionais para melhorar o atendimento à população.

A vacinação ocorre até às 14h deste domingo (27), na Igreja Universal de Campo Grande, na Av. Mato Grosso, 921 – Centro.

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