A suspensão das autorizações para realização de queima controlada e prescrita no Pantanal veio mais tarde neste ano. O Governo de Mato Grosso do Sul publicou a medida na sexta-feira (1º), válida para 1° de agosto a 31 de dezembro de 2025. No ano passado, a proibição de fogo foi determinada mais cedo, no dia 11 de junho.
Assim, o cenário em 2025 parece menos drástico. Para Ângelo Rabelo, diretor-presidente do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), importante entidade que atua na conservação do Pantanal, o período da suspensão da queima abrange meses que, historicamente, são considerados o mais críticos em relação à seca e às queimadas.
Comparando 2024 com 2025
“Em 2025, tivemos uma mudança de cenário muito grande com relação à estiagem. A natureza ofereceu um alento e tivemos o retorno da chuva no primeiro semestre. Em 2024, enfrentamos cenário muito desafiante com relação à estiagem e aos incêndios florestais”, analisa Rabelo.
O coordenador estadual do Prevfogo, Márcio Yule, pontua o mesmo. “Estamos com 84% menos focos de calor, comparando ao ano de 2024. Isso no Mato Grosso do Sul inteiro. Para o Bioma Pantanal, a situação é mais tranquila ainda, com 97% menos focos de calor que o ano anterior”, afirma.
A seca menos severa não reflete somente na queima, mas também no Rio Paraguai. “A régua de Ladário, que mede a altura do Rio Paraguai, começou a descer agora, no final do mês de julho. Mesmo assim, estabilizou em 3,30 metros por uns 20 dias. Normalmente, começa [a descer] no final do mês de junho e, no ano passado, neste mesmo período, estaria com 0,50 cm”, pontua Yule.
Uso do fogo de maneira estratégica
Conforme o diretor-presidente do IHP, a compreensão da utilização do fogo também tem sido alvo de estudo, o que amplia os cuidados com o tema.
“Entendo que os vários atores que atuam na conservação estão evoluindo sobre o entendimento do uso do fogo, principalmente para prevenir tragédias. Nesse ponto, o governo estadual tem aprimorado suas análises, os acompanhamentos de previsões, e mantido diálogo para garantir as estratégias mais adequadas sobre o uso do fogo”, amplia Rabelo.
Já para Yule, “a suspensão da queima controlada ajuda ainda mais no monitoramento dos focos de calor, pois, como não há atividade de uso de fogo aprovado pelo órgão estadual, fica mais fácil monitorar”.
“É uma ação preventiva para um mês que normalmente já seria crítico, e o importante é que foi avisado com antecedência, não pegando ninguém de surpresa”, completa Yule.
No entanto, apesar do cenário mais ameno até então, o mês de agosto já é reconhecido como o período mais desafiador em termos de controle de incêndios, o que exige mais atenção da população, entidades e do poder público em relação ao tema e à queima.
“Os fatores que favorecem a propagação do fogo estão se acumulando, e o mês de agosto é, historicamente, um período de alerta máximo. É preciso colocar a prevenção em primeiro lugar, se quisermos proteger o Pantanal e outros biomas”, reforça o diretor-presidente do IHP.
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