Na última rua do bairro Noroeste, 23 famílias indígenas da Aldeia Água Funda receberam o cartão do Programa Mais Social na manhã desta quarta-feira (25). O benefício já vem carregado com R$ 450 e foi entregue pela Sead (Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos) diretamente na aldeia.
“Veio em uma hora certa, com a chegada desse frio. As pessoas que vivem aqui na nossa comunidade estão em situação de vulnerabilidade, moram em barraquinhos. Vai beneficiar essas famílias e isso é importante para a gente”, afirma o cacique Ivaneis Moreira, 50 anos.
A situação de vulnerabilidade dessas pessoas foi agravada pelas fortes chuvas de abril, que deixaram barracos da comunidade alagados. Naquele mesmo mês, equipe do Programa realizou o cadastro das famílias da região, que resultou na entrega dos cartões hoje. “Vai ajudar bastante. Eu pego Bolsa Família também, mas é pouco, e eu tenho quatro crianças, às vezes até falta alguma coisa”, conta a dona de casa Alessa Santana, 32 anos.
Os beneficiários podem utilizar o cartão do Mais Social apenas em supermercados, para comprar gás de cozinha e produtos alimentícios, de higiene e limpeza. “Vou comprar mistura, arroz e feijão, e coisas para as crianças, porque elas pedem. Não dá para ficar só com o leite materno. À tarde eu já vou no mercado”, diz Alessá. O cartão é pré-pago e recarregado mensalmente pelo Governo do Estado.

Encurtando distâncias
“É muito difícil, eu tenho duas crianças, ficar num barraco não é fácil. Molha tudo quando chove, é um sofrimento para quem mora aqui”, lamenta Aparecia Antônio Salustiano, 28 anos, com o filho de 1 aninho no colo. Ela fez o cadastro na sede do Mais Social e recebeu o cartão nesta manhã.
Porém, o cacique Ivaneis Moreira, 50 anos, explica que nem todos têm condições de deslocar-se 16km até a sede do programa, na Rua Barão de Ladário, Vila Sobrinho. Por isso, as visitas de agentes do Mais Social à aldeia foi tão importante para os moradores. “Ajudou muito aquelas famílias que não podem sair com seus filhos pequenos, aqueles que trabalham, vivem a correria do dia a dia e não tem facilidade de ir até o centro da cidade para fazer um cadastro, porque a nossa comunidade é longe de tudo”.

A Sead realiza este trabalho de busca ativa em todo o Estado desde março deste ano, para encontrar pessoas até então consideradas ‘invisíveis’ pelo sistema de assistência social. Até agora, a equipe do Mais Social já realizou 4.037 visitas, 2.733 pessoas concluíram o cadastro e a secretaria gerou 1.111 cartões.
“Nós realizamos com a Segem (Secretaria Executiva de Gestão Estratégica e Municipalismo), para verificar pessoas em extrema vulnerabilidade que não possuem nenhum benefício. Depois, realizamos visitas em todo Mato Grosso do Sul para finalizar e realmente encontrá-las, sem deixar ninguém para trás”, explica Andressa Faria, superintendente do Mais Social.
Alessa Santana é uma das pessoas que ainda não recebiam o benefício por causa da dificuldade de locomoção. “Meus filhos estudam e meu marido trabalha de manhã, eu preciso ficar para fazer o almoço. Achava muito difícil para ir, Uber não vem até aqui. Achei muito bom quando o pessoal do programa veio”.

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