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Cotidiano

‘Brasil é a última esperança para curar o planeta’, disse arquiteto chinês dias antes de acidente aéreo

Arquiteto e paisagista chinês foi um dos destaques da Conferência Internacional do CAU 2025, em Brasília
Graziela Rezende -

“O Brasil é a última esperança para curar o planeta”. Quem teve o presente de acompanhar a palestra de Kongjian Yu, referência mundial na arquitetura e urbanismo, dias antes do acidente aéreo, no pantanal sul-mato-grossense, viu o seu apreço pelo nosso país. Na primeira semana de setembro, o arquiteto e paisagista chinês foi um dos destaques da Conferência Internacional do CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo) 2025 e, durante uma hora, falou sobre o conceito de “Cidade-Esponja”, além de ressaltar o potencial do Brasil.

“Eu vejo um grande potencial”, disse. Em seguida, falou sobre a desordem mundial, mais uma vez ressaltando o território brasileiro. “Nós bagunçamos o planeta inteiro e é por isso que eu acho que o Brasil é o último pedaço do , o quintal de Deus. Nós temos que cuidar disso e podemos ter que protegê-lo e tornar mais e curar o planeta”, afirmou.

O discurso emocionante, de cerca de 45 minutos, em Brasília, agora eterniza o legado de Kongjian Yu, que comentou o quanto o país possui potencial para a arquitetura sustentável e o quanto podemos colaborar com o conceito de “Cidade-Esponja”, a nível mundial.

Em nota, o CAU manifestou seu profundo pesar pelo falecimento de Kongjian Yu e em nome dos profissionais do Brasil e do mundo registra seu agradecimento por seu legado e sua generosidade em compartilhar ensinamentos.

Confira aqui um trecho da palestra na Conferência Internacional do CAU 2025:

Estudantes de Campo Grande que acompanharam falam que Kongjian Yu tinha “muito carisma”

A comitiva tinha 11 pessoas de Campo Grande, sendo 9 estudantes de arquitetura e dois professores, que foram até Brasília acompanhar a Conferência Internacional do CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), de 4 a 6 de setembro deste ano. O ponto alto, claro, era assistir à palestra do arquiteto paisagista chinês, Kongjian Yu, algo que o grupo realizou antes da tragédia do Pantanal, que causou a sua morte e de mais três pessoas, há dois dias.

(Redes Sociais/Reprodução)
(Redes Sociais/Reprodução)

“Como estudante de arquitetura digo que é uma perda muito grande para todos nós, principalmente para a arquitetura sustentável. A palestra dele foi a que mais me encantei, por todo o seu carisma, sua maneira de falar com o público, sua simpatia e principalmente o seu conhecimento. Além de ser um profissional excelente era uma pessoa incrível”, afirmou Isadora Barcelos Dias, de 20 anos, que já está no 6° semestre, na UCDB (Universidade Católica Dom Bosco).

Na ocasião, logo após o fim da palestra, os amigos foram “turistar” em Brasília, quando encontraram Kongjian Yu caminhando sozinho e registrando tudo em uma câmera.

“Ele nos cumprimentou, acredito por ter visto os nossos crachás do congresso e, logo após, fomos pedir foto a ele, nervosas, mas conseguimos. E ele, mostrando o quanto era atencioso, aceitou e pediu para tirarmos fotos e vídeo no celular dele”, relembrou Isabela.

A estudante ressalta o quanto é grata por ter conhecido o arquiteto e por ter o escutado falar sobre a importância da arquitetura em todos os sentidos. Ao todo, o evento ocorreu por três dias e, em seguida, Kongjian foi para São Paulo, onde ocorreu a bienal na USP (Universidade de São Paulo) sobre arquitetura. Na sequência, ele viajou para , onde ocorreu o triste acidente aéreo.

Quem eram os ocupantes da aeronave

Kongjian Yu era professor da Universidade de Pequim, sendo considerado um dos maiores do mundo. Ele era diretor do escritório de arquitetura paisagística Turenscape. Kongjian era doutor pela universidade de Harvard, nos Estados Unidos, além de ser consultor do governo chinês. 

Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz, especializado em projetos de documentários como, “Dossiê Chapecó: O Jogo por Trás da Tragédia, além da direção da série To Win or To Win para MBC/Shahid, maior grupo de mídia árabe, sobre o Al Nassr FC e um sucesso de audiência. Luiz também desde 2007 produz e dirige na Olé Produções.

Rubens Crispim Júnior era diretor de fotografia e dono da produtora audiovisual Poseidos, que atuava no mercado nacional e internacional. Rubens nasceu e viveu em São Paulo. Ele era formado em artes plásticas pela ECA-USP e participou de festivais como Short Film Corner, no Festival de Cannes.

Marcelo Pereira de Barros, piloto e dono da aeronave, era paulista, mas apaixonado pela região, conforme o Pantaneiro. Ele deixa dois filhos, Hugo e Gael.

Da esquerda para direita: Kongjian Yu, Rubens Crispim Jr., Marcelo Pereira de Barros e Luiz Ferraz (Montagem / Redes Sociais)

A queda

A queda da aeronave ocorreu na região da fazenda Barra Mansa, por volta das 18 horas de terça (23). Quando o avião caiu acabou explodindo. Equipes do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) estiveram no local para a retirada dos corpos. Não há informações do que possa ter causado a queda do avião.

Em nota a FAB (Força Aérea Brasileira) disse que:

“A Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), informa que, na terça-feira (23/09), investigadores do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV) — órgão regional do CENIPA, com sede em São Paulo (SP) — foram acionados para realizar a Ação Inicial da ocorrência envolvendo a aeronave de matrícula PT-BAN no município de Aquidauana (MS).

Durante a Ação Inicial, profissionais qualificados e credenciados aplicam técnicas específicas para coleta e confirmação de dados, preservação de elementos, verificação inicial dos danos causados à aeronave ou pela aeronave, além do levantamento de outras informações necessárias à investigação.

A conclusão dessa investigação ocorrerá no menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade da ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes. Ao término das atividades, o Relatório Final SIPAER será publicado no site do CENIPA, acessível a toda a sociedade”.

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(Revisão: Bianca Iglesias)

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