O Hospital Universitário da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) realizou recentemente a palestra “Sarampo: Situação Atual, Vigilância e Prevenção”, organizada pelo Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (NVEH). Com aumento expressivo de casos da doença nos últimos meses e “Dias D” realizados em diversos municípios do país, a intenção é conscientizar a todos e reforçar a importância da vacinação.
Na ocasião, os palestrantes repassaram dados epidemiológicos atuais da doença e reforçaram estratégias de manejo clínico e de prevenção. A médica infectologista Dra. Andyane Freitas Tetila, da Unidade de Vigilância em Saúde do HU-UFGD, e a pediatra Dra. Natalia Daiane Garoni Martins conduziram a conversa, reunindo profissionais, residentes e estudantes no auditório do hospital.
O assunto passou a ganhar relevância neste ano, com a notificação de casos confirmados de sarampo no Brasil. A infectologista explica que a preocupação é justificada pelo cenário regional: “O sarampo retornou em circulação nas Américas, com surtos localizados em alguns países, e, para impedir a entrada da doença no país, especialmente em regiões de fronteira, o Ministério da Saúde vem promovendo ações de prevenção. Nosso estado faz divisa com a Bolívia e o Paraguai — países que registram aumento expressivo de casos da doença nos últimos meses”, destacou.
A médica explanou a série histórica, em nível mundial com dados da OMS, e os surtos de sarampo localizados em países de fronteira, especialmente Bolívia e Paraguai. Dados nacionais também foram abordados, com registro de poucos casos isolados especialmente no estado do Tocantins, que possui relação com viajante que esteve presente na Bolívia.

‘Detecção precoce é fundamental’, ressalta médica
“A detecção precoce é fundamental, principalmente em razão do vírus do sarampo ser extremamente transmissível. Então, os profissionais de saúde precisam estar capacitados e atualizados quanto aos sinais e sintomas que definem um caso suspeito de sarampo”, ressaltou a médica.
Ela explicou que um caso suspeito de sarampo ocorre quando qualquer indivíduo apresenta febre e um exantema maculopapular (manchas vermelhas que iniciam principalmente em face e descem pelo corpo), acompanhados por pelo menos um dos seguintes sintomas: tosse, coriza ou conjuntivite.
Nesse sentido, a notificação imediata de casos é essencial. “A notificação imediata e a comunicação às esferas de gestão da vigilância epidemiológica (municipal, estadual e nacional) é incondicional para a interrupção da cadeia de transmissão do vírus, a prevenção de surtos e a manutenção da eliminação da doença”, afirmou.
Paciente suspeito de sarampo deve permanecer em isolamento respiratório, diz especialista
No ambiente hospitalar, medidas de vigilância devem ser redobradas. “Todo paciente que se enquadre nos critérios de sinais e sintomas de caso suspeito de sarampo deve permanecer em isolamento respiratório (em ambiente fechado) e os profissionais de saúde devem utilizar equipamento de proteção individual (EPI) que evite inalação de partículas virais transmitidas por aerossóis. Porém, a principal medida de prevenção para qualquer indivíduo, principalmente os profissionais de saúde, é estar vacinado, com esquema vacinal completo (2 doses)”, destacou a médica.
Ela reforçou ainda o impacto positivo das atividades educativas na rotina hospitalar. “Ações educativas fortalecem a segurança do paciente e a qualificação da assistência no hospital, pois promovem a adoção correta de medidas de prevenção, detecção precoce de casos suspeitos, além de disseminarem informações sobre a importância da vacinação e dos sinais e sintomas da doença, garantindo um atendimento mais seguro e eficaz aos pacientes e evitando a transmissão do vírus dentro da instituição”, concluiu.
Vacinação e higiene
Por fim, a Dra. Andyane deixou uma recomendação direta à comunidade. “A recomendação mais importante para a prevenção do sarampo é a vacinação, sendo a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) ou a tetraviral as mais indicadas, aplicadas de acordo com o Calendário Nacional de Vacinação.
Além da vacinação, a higiene das mãos e respiratória e a comunicação de potenciais contatos com pessoas doentes também são medidas importantes para evitar a propagação do vírus, especialmente ao viajar ou em situações de surto”.
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(Revisão: Bianca Iglesias)