A prefeitura de Aral Moreira, a 364 km de Campo Grande, decretou 90 dias de situação de emergência nível 2 pela tempestade com vendaval na última segunda-feira (22). Conforme o texto publicado em Diário Oficial, 75 famílias tiveram suas casas parcialmente destelhadas, com queda de paredes e árvores sobre imóveis.
“Tem famílias que perderam tudo dentro de casa. Molhou o sofá, colchão, os móveis e o pouco de comida que tinham. É uma área bem carente, o pouco que eles tinham acabou”, afirma a prefeita Elaine Soligo (MDB). Inclusive, o Bairro Industrial de Aral Moreira segue sem fornecimento de água e energia desde segunda-feira.
Conforme o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), choveu 42,5 mm entre a noite de domingo e a manhã de segunda-feira. Além disso, os ventos chegaram a 85,3 km/h, o que intensificou os resultados de destruição da tempestade. Outras cidades da região também registraram destruição nesta data.
“Precisamos de ajuda”
Segundo ela, o município realiza ações paliativas, mas não tem recursos suficientes para a reconstrução. “A gente está está fornecendo Eternit, lona e cesta básica, mas não temos condições de arcar com tudo sozinhos e precisamos da ajuda do estado. Por exemplo, colchão e coberta, a gente não conseguiu ainda, estamos pedindo doação”, diz Elaine Soligo.
A mandatária afirma ainda que a ajuda solicitada ao Estado não precisa ser, necessariamente, financeira. “Não é dinheiro propriamente dito. Se mandarem tijolo, Eternite, cimento, colchão, coberta, qualquer coisa é bem vinda. Eu preciso de ajuda”. A situação financeira de Aral Moreira é classificada como “muito difícil” pela prefeita, que anunciou contenção de gastos devido à crise, inclusive com cortes na folha de funcionários.
A reportagem perguntou ao Governo do Estado se há previsão de envio de ajuda para a cidade e aguarda resposta.
Destruição
Segundo parecer assinado pelo coordenador municipal de proteção e Defesa Civil de Aral Moreira, José dos Santos Boia, o vendaval atingiu casas dos bairros Satélite, Ipê, Planalto e industrial. A estimativa é de cerca de 300 pessoas afetadas, mas o número pode ser ainda maior. Por fim, o relatório afirma que o vento tombou mais de 30 árvores e deixou a cidade sem água potável entre meia-noite e 18h de segunda-feira.
Ainda conforme o parecer do representante da Defesa Civil, a Secretaria de Obras precisou deslocar maquinários para desobstruir vias públicas por conta de árvores caídas. Já a Secretaria de Assistência Social cadastrou famílias prejudicadas e doou 20 cestas básicas, 91 telha Eternit e 600 metros de lona preta.
A reportagem apurou que a Energisa ainda precisa fazer intervenções no Bairro Industrial de Aral Moreira, que segue sem luz e água desde o início da semana. Segundo a prefeita Elaine Soligo, será necessário trocar postes da região.
A Energisa informa que, em todo o Estado, já concluiu 99,2% dos reparos necessários após as tempestades de segunda-feira. Com relação à situação específica de Aral Moreira, o Jornal Midiamax perguntou se há previsão de data para a normalização da situação e aguarda resposta.
Situação de emergência
O decreto que define a situação de emergência em Aral Moreira autoriza que a Defesa Civil coordene todos os órgãos municipais para atuarem “nas ações de resposta ao desastre e reconstrução das áreas afetadas, incluindo a solicitação de apoio Estadual e Federal para obtenção de recursos financeiros e técnicos”.
Além disso, a prefeitura também prevê a possibilidade de convocar voluntários e realizar campanhas de arrecadação de recursos para reforçar ações. Por fim, o decreto também autoriza a adoção de medidas administrativas sem necessidade de licitação para obras e serviços a serem realizados até setembro de 2026.
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