Após obra de recapeamento de 9,3 km da Avenida Duque de Caxias, na pista sentido bairro/centro, trecho entre a rotatória de Indubrasil e o Aeroporto Internacional, o reordenamento do trânsito no local ainda causa confusão aos moradores, e a maior preocupação é ‘misturar’ ciclovia com ponto de ônibus.
A pista que recebeu o novo pavimento é a principal entrada da cidade para quem vem de Corumbá, Aquidauana e Terenos, além de servir de acesso ao Centro para aproximadamente 15 mil moradores dos bairros Nova Campo Grande, Vila Eliane, Serradinho e Jardim Carioca.
Conforme informações divulgadas pela prefeitura, o estudo sobre o tráfego de veículos havia apurado no ano de 2022 que cerca de 11.300 veículos circulavam no local por dia, sendo 4 mil caminhões.
Além disso, o projeto também previa absorver o fluxo de 1.200 ciclistas, com a revitalização da ciclofaixa existente a partir do Jardim Santa Mônica e a construção de mais 2,7 km de ciclovia.
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Moradores reclamam e revelam temores
As mudanças, no entanto, acabaram por gerar outro transtorno, relatado para a reportagem pelos moradores da região. Para o empresário Erick Leandro Sabino, de 37 anos, a maior preocupação é “misturar” a ciclovia com as paradas de ônibus. Conforme observado pela reportagem no local, a faixa destinada aos ciclistas, no momento, converge com uma parada do transporte coletivo.
Mesmo com a construção do terminal metros à frente da rotatória da Avenida Amaro Castro Lima com a Avenida Duque de Caxias, em andamento, o questionamento é acerca do desvio que os ciclistas vão precisar fazer próximo ao ponto de embarque e desembarque dos passageiros.
Conforme apurado com os moradores, o desvio será feito por trás do terminal, e a solução divide opiniões no bairro. “Acho bem perigoso, porque às vezes o ciclista não olha para trás para parar, para poder sair da ciclovia, e ali vem muito carro pesado, caminhão, ônibus, e o ônibus passa por cima de um ciclista que nem sente, então ali é um risco muito grande. Então, realmente essa parte ali da ciclovia ficou bem mal planejada, vamos dizer assim”, opina Erick.
O empresário também relatou que ficou confuso em relação ao desvio. “Ainda tá meio confuso, não dá para entender nada de como vai ser, mas a gente espera que seja bom. Eu não entendo se a ciclovia vai vir por trás ou por frente, como vai ser ali, se vai desviar do ponto, não dá pra entender”.

O administrador Reinaldo Martins, de 58 anos, opinou que ainda não é possível averiguar se a obra será funcional. A expectativa do morador é que, após finalizado e devidamente sinalizado, o reordenamento contribua na organização do trânsito no local, tanto de bicicletas quanto de ônibus.
Enquanto o terminal não é concluído, o morador afirma que resta esperar, e a respeito das mudanças no tráfego, como a diminuição de uma das faixas no sentido centro, ele conclui que “são situações que tem que se adequar”.
Recepcionista de 47 anos, que pediu para não ser identificada, expressou que o reordenamento do trânsito “não tem muito fundamento”. Ela argumenta que alguns pontos da obra não possuem lógica, como a ciclovia, que aparentemente é invadida pelos ônibus.
“A gente tem uma base mais ou menos de como é que está sendo feito, eu não sei se vai ser uma coisa que vai realmente dar segurança para as pessoas, porque é praticamente no meio da BR que está sendo construído as coisas. Eu acredito que do jeito que está sendo feito não vai dar segurança, mas a gente vai poder falar realmente quando terminar a obra”.

O que diz a Prefeitura?
A equipe de reportagem do Midiamax procurou a Prefeitura de Campo Grande para questionar o reordenamento do trânsito no local, assim como informações mais detalhadas sobre a obra, como ela vai impactar no trânsito de ciclistas e ônibus na região, e como será garantida a segurança dos ciclistas e dos usuários do transporte público.
A redação não obteve retorno até o fechamento da matéria. O espaço segue aberto para manifestação.
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