Preocupados com a qualidade da formação que estão recebendo, acadêmicos do curso de Medicina da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), campus de Três Lagoas, decidiram fazer um protesto e greve. Eles pedem melhorias no ensino oferecido no curso e querem parar de frequentar as aulas como forma de protesto.
O movimento começou com os acadêmicos do 4° ano, mas está ganhando adesão de outras turmas. Uma carta com os pontos de protesto foi entregue à administração da universidade em Três Lagoas e destaca, principalmente, a falta de profissionais qualificados para ministrar as aulas.
“Diversas disciplinas do curso, especialmente em áreas extremamente necessárias e importantes como Neurologia, Gastroenterologia e Reumatologia, não estão sendo ministradas de maneira completa, comprometendo gravemente a formação dos estudantes. O descumprimento da carga horária obrigatória dessas áreas resulta em uma formação deficitária, deixando lacunas irreparáveis no aprendizado médico”.
Entre os pontos ainda estão a carga horária reduzida em disciplinas importantes, ausência de conteúdos fundamentais, falta de docentes específicos, dificuldade na reposição de conteúdos perdidos.
Clínica escola fechada
Os alunos de medicina também reclamam que a Clínica Escola Integrada está fechada há quase três anos. Segundo eles, a estrutura foi equipada com mobiliário adequado graças à mobilização dos alunos pelo recurso.
Mesmo assim, o espaço está fechado, “comprometendo a formação médica no município, bem como impossibilitando a população de mais um recurso de atendimento que poderia melhorar a vida das pessoas”.
Eles alegam ainda que há deficiência na disponibilidade de salas de aula, o que compromete as atividades acadêmicas. Estudantes relatam que é comum não terem salas disponíveis para aulas e já ficaram no corredor.
“Reivindicamos a garantia de salas de aula fixas e uma organização efetiva do cronograma acadêmico, assegurando um planejamento estável e previsível para todos”, diz a carta.
Infraestrutura precária da UFMS
Além da falta de salas suficientes para as aulas, outras falhas na infraestrutura incomodam os alunos, como ar-condicionado quebrado em laboratórios e elevador com defeito há mais de um ano.
O fechamento do RU (Restaurante Universitário) também foi abordado na carta. “Com auxílio-alimentação para uma quantidade reduzida ao mínimo de estudantes, sendo que muitos outros ficaram descobertos e estão passando por dificuldades”.
Em fevereiro deste ano, a UFMS interditou o restaurante universitário de Três Lagoas e reincidiu contrato com a empresa por suspeita de fraude. Conforme apurado nas investigações, mesmo após o fechamento do refeitório no campus, na manhã de segunda-feira (24), refeições eram registradas como entregues, indicando superfaturamento.
Ainda segundo a polícia, há indícios de que o grupo envolvido simulava a compra diária de mais de 100 refeições com carteirinhas estudantis. Ou seja, registrava o consumo maior do que realmente era entregue.
A UFMS foi acionada e o espaço segue aberto ao posicionamento.
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