A mais recente Pesquisa da Pecuária Municipal de 2024, divulgada nesta quinta-feira (18) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revela um cenário misto para o setor agropecuário de Mato Grosso do Sul. Isso porque a maior parte dos rebanhos estaduais registrou retração no último ano, enquanto apenas a suinocultura apresentou crescimento.
O levantamento detalha a situação dos efetivos animais em 31 de dezembro e a produção do ano. A coleta de dados envolve consultas a produtores, técnicos, entidades e órgãos ligados à agropecuária.
Apesar de uma queda de 0,8% em seu rebanho bovino, que totalizou 18,7 milhões de cabeças em 2024, Mato Grosso do Sul continua figurando entre os grandes do país. O estado mantém a quinta posição no ranking nacional, com 7,9% do efetivo total.
A retração observada reverte a tendência de crescimento e sinaliza um retorno ao padrão de queda visto entre 2016 e 2022. No cenário nacional, Mato Grosso lidera a pecuária bovina com 32,9 milhões de cabeças, representando 13,8% do rebanho do Brasil.
O município de Corumbá se mantém em destaque como o segundo maior rebanho bovino do país, com 2,2 milhões de animais, o que corresponde a 11,7% do efetivo sul-mato-grossense. Em seguida, aparecem Aquidauana (11º no Brasil) e Ribas do Rio Pardo (14º).
Corumbá também se sobressai no rebanho de equinos, mantendo a liderança nacional com 34.448 cabeças. Embora o rebanho estadual de equinos tenha diminuído 10,9% no último ano, essa posição reforça a importância do município na criação de cavalos.
Suinocultura em ascensão
O setor de suínos foi o único a apresentar crescimento em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 3,54% em relação a 2023. O efetivo de 1,85 milhão de cabeças estabeleceu um novo recorde histórico para o estado, que se mantém na sexta posição entre as unidades da federação. A alta no total de suínos, contudo, não foi acompanhada pelo número de matrizes, que registrou uma queda de 5,5%.
Entre os municípios sul-mato-grossenses, Glória de Dourados, Jateí e Dourados se destacam como os maiores produtores de suínos. Juntos, eles figuram entre os 40 principais criadores do Brasil, com Glória de Dourados na nona posição nacional, Jateí na décima nona e Dourados na vigésima terceira. Na criação de matrizes, Jateí é o líder estadual, seguido por Ivinhema e Brasilândia.
Outros destaques em MS
O rebanho de galináceos de MS teve uma leve retração de 0,8%, totalizando 34 milhões de cabeças, o que mantém o estado na 11ª posição nacional. Em Sidrolândia, o maior rebanho do estado cresceu 1,42%, atingindo 7 milhões de cabeças, e figura como o 21º maior do país. A produção de ovos, por outro lado, teve um avanço notável de 22,7%, com destaque para os municípios de Terenos, Ivinhema e Nova Andradina, que teve um aumento impressionante de 2428% na produção.
A produção de leite no estado sofreu uma queda de 11,2%, totalizando 272,6 milhões de litros, apesar de um aumento de 1,9% no valor da produção. Itaquiraí permanece como o maior produtor de leite em Mato Grosso do Sul.
Já na piscicultura, MS manteve a 11ª posição no ranking nacional. A produção de 22,1 milhões de toneladas gerou R$ 212 milhões, com a tilápia sendo o principal produto. Selvíria se destacou como o maior produtor estadual, na décima sétima posição do ranking nacional de produção de peixes.
Por sua vez, a produção de mel no estado caiu 4,6%, mas o valor da produção aumentou 6,2%. Três Lagoas assumiu a liderança na produção, com um aumento de 57,2% em sua produção, ultrapassando Brasilândia.
