VÍDEO: Moradores relatam ‘pior madrugada’ de fedor e pedem denúncia de frigorífico em Campo Grande

Mau cheiro se intensificou nos últimos dias e até tirou sono de moradores

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Moradores desabafam nas redes sociais sobre mau cheiro. (Reprodução)

O mau cheiro na região Imbirussu, em Campo Grande, se intensificou na noite da última quinta-feira (15), de acordo com relatos de moradores. O Midiamax já havia mostrado que o odor tinha piorado nos últimos dias, deixando de ser pontual para virar recorrente e alcançado bairros mais distantes. 

Quem mora na região aponta o frigorífico da JBS, na Avenida Duque de Caxias, como o responsável pelo mau cheiro. Na noite da última quinta-feira, o fedor se espalhou para outros bairros além do Nova Campo Grande e pôde ser sentido, por exemplo, no Santo Amaro e Vila Popular. 

O problema é antigo e se arrasta há anos entre os moradores que pedem providências de órgãos públicos. Em grupos de bairros nas redes sociais, internautas cobram medidas da Vigilância Sanitária e do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). 

“Gente, esse mal cheiro não tá normal. Está cheirando a carniça. Ninguém aguenta mais. Cadê a autoridade para saber o porquê? Nunca fedeu tanto”, desabafou uma internauta. 

“Todo pessoal do bairro tem que ligar na Vigilância Sanitária e denunciar esse mau cheiro da JBS. 150 é o número”, disse outro. 

“Pessoal tem que denunciar, eles já foram multados e segundo o Imasul não tem denúncia”, afirmou outro morador. O órgão de meio ambiente estadual informou ao Midiamax, na última quinta-feira (15), que não havia recebido denúncias sobre o assunto, mas que iria “averiguar a situação”.

Fumaça espalha mau cheiro

Uma leitora do Midiamax flagrou, no fim da tarde da última quinta-feira, a fumaça que sai da planta frigorífica e é apontada pelos moradores como uma das fontes do mau cheiro durante a queima dos ossos. 

Equipe de reportagem foi até a região, nesta sexta-feira (16) e ouviu moradores sobre o assunto. Eles apontaram que o mau cheiro se intensifica a depender da região em que mora e da direção do vento. Quem reside em ruas mais distantes sente o odor com menos frequência em comparação com as residências próximas. 

“O vento vai espalhando a fumaça para a direção mais aos fundos do frigorífico, então fica mais concentrado em algumas regiões do que em outras”, afirmou uma moradora antiga do bairro que preferiu não se identificar. 

Outro trabalhador, que também pediu anonimato, conta que frequentemente a rua em que está o frigorífico fica com mau cheiro e os moradores se sentem desalentados pelo problema diante de uma multinacional. 

“Não é um morador lidando com um pequeno produtor, criador de porcos, são os moradores lidando com a JBS, uma potência, que movimenta o mercado por aqui”, desabafa. 

Frigorífico deve passar por vistoria

O Daex-MPMS (Departamento Especial de Apoio às Atividades de Execução do Ministério Público de Mato Grosso do Sul) deve realizar uma vistoria para verificar o forte odor vindo de uma unidade do frigorífico da JBS, em Campo Grande. O mau cheiro é um problema antigo da região e, recentemente, tem até tirado o sono dos moradores.

“Não é sempre que fica o cheiro, fica sempre durante o dia, mas ontem ficou muito pior, parecia uma fumaça, névoa muito fedida […] o cheiro já estava forte às 23h e ficou mais evidente às 2h, tinha que trabalhar no dia seguinte”, contou uma moradora ao Midiamax na quinta-feira (15).

De acordo com a promotora Luz Marina Borges Maciel Pinheiro, da 26ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, Patrimônio Histórico e Cultural, Habitação e Urbanismo de Campo Grande, uma fiscalização teria sido realizada pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). A vistoria não teria apontado irregularidades e que as condicionantes das licenças eram observadas. 

“Como a reclamação existe, solicitamos ao Daex (nosso corpo técnico) realizar uma vistoria voltada para a questão do odor e estamos aguardando isso”, explica. Não há prazo, por enquanto, para uma resposta. 

O Midiamax solicitou uma nota para a empresa JBS sobre o assunto e aguarda uma devolutiva. O espaço continua aberto para manifestações.

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