A paisagem de Rochedo, situada a 80 quilômetros de Campo Grande, ganhou uma nova atração nos últimos dias, além de um mistério que intriga os moradores. Na segunda-feira (22), uma arara com coloração “mutante” foi avistada voando em várias áreas da cidade.

Em um primeiro vídeo, a ave parece ser branca; em outro, exibe tons mais cinzentos com azul; e em outro registro, aparece na cor preta. Posicionada no topo da caixa d’água da cidade, a ave capturou os olhares, como os da comerciante Thaynara Alem de Souza.

“Não chega a ser albina, eu acho, parece ser acinzentada. Ela tem aparecido aqui direto nos últimos quatro dias. Como está em um lugar muito alto, a qualidade da imagem não é perfeita, mas dá para perceber que a cor dela é muito diferente”, disse Thaynara.

O fato também chamou a atenção do eletricista Adelso Pereira Dias, que conseguiu fotografar a arara misteriosa. “Ao lado dela, há outra que é azul e ela é meio marrom.”

Flavismo

A bióloga e pesquisadora do Instituto Arara Azul, principal envolvido no projeto Aves Urbanas – Araras na Cidade, Larissa Tinoco Barbosa, analisou as imagens capturadas pelos moradores e revelou que o fenômeno pode ser o flavismo, que é a ausência parcial de melanina nas penas.

“É essencialmente o mesmo fenômeno observado na arara-canindé de Bandeirantes. Pode ser flavismo ou luteísmo. A ave ainda apresenta alguma coloração nas penas”, explicou.

Segundo o Wikiaves, o flavismo é a ausência parcial de melanina, onde ainda é possível observar um pouco da cor original da ave, devido à presença de pigmentos carotenoides. A ave flavística ou canela apresenta uma coloração diluída, devido à perda parcial tanto de eumelanina (pigmento negro) quanto de feomelanina (pigmento castanho).

Já o luteísmo é a ausência total de melanina, com a presença de pigmentos amarelos e/ou avermelhados. Aves luteínicas geralmente têm penas amarelas e olhos vermelhos. Geralmente, os pigmentos amarelos/vermelhos são devidos à deposição de carotenoides nas penas. Isso é verdade para a maioria das aves, mas não para os Psittaciformes, onde o pigmento amarelo/vermelho é a psitacofulvina, também conhecida como psitacina.

Confira o vídeo: