Em vídeo compartilhado pelas redes sociais na tarde desta segunda-feira (15), a Aty Guasu denunciou mais um ataque contra indígenas em Mato Grosso do Sul. Esse já é o terceiro conflito que estaria ocorrendo no Estado.

As imagens mostram um grupo de indígenas se descolocando por uma estrada, com sacolas, familiares e animais de estimação. Confira o vídeo:

A reportagem solicitou mais informações juntamente à Aty Guasu, mas não houve retorno até a publicação. O espaço permanece aberto para acréscimo de informação.

Até o fim desta tarde, permanecem acontecendo conflitos em três localidades de MS: Terra Indígena Gwa’aroka, em Douradina; Terra Indígena Kunumi, em Caarapó; e Terra Indígena Jeroky Gwasu, em Dourados.

Conflito em Douradina

Indígenas Guarani e Kaiowá retomavam parte do território de Panambi – Lagoa Rica, em Douradina, na madrugada de domingo (14), quando houve um ataque que deixou um indígena ferido.

Os indígenas da organização Aty Guasu contam estarem em uma estrada em frente à aldeia. “Não provocamos eles. Estávamos fazendo nosso protesto e o fazendeiro passou por nós e atirou”, publicou o líder Guyra Kambiy Ezequiel.

Alvo da retomada, a Terra Indígena Panambi – Lagoa Rica é uma terra oficialmente reconhecida, identificada e delimitada com 12,1 mil hectares desde 2011. Seu processo de demarcação, contudo, está paralisado por conta de medidas que tentam instituir a tese do Marco Temporal.

Segundo nota da Aty Guasu, em represália à retomada, durante a tarde de domingo, os indígenas foram atacados por fazendeiros da região, que invadiram a comunidade em bando. Durante o ataque denunciado, no tekoha Guayrakamby”i, um indígena foi alvo de tiros, ficando ferido na perna.

Desde a manhã desta segunda-feira (15), os fazendeiros mantêm um cerco fechado com camionetes no local da retomada. 

Vídeo divulgado no perfil do Instagram do Coletivo Terra Vermelha mostra um grupo em caminhonetes perseguindo indígenas. No fim da gravação também é possível ouvir barulhos que podem ser disparos de arma de fogo.

Conflito em Caarapó

Diante dos ocorridos em Douradina, os Guaranis e Kaiowás de Caarapó também retomaram uma área no domingo, pois temem aguardar resposta do Governo Brasileiro quanto à demarcação do território.

Há informações que no local havia aglomeração de camionetas com homens armados, promovendo um cerco e intimidação.

Na região, uma indígena está ferida na perna e sem atendimento. O grupo de povos originários confiam em levá-la para o atendimento apenas após a chegada da Polícia Federal. Este é o mesmo local que foi palco do conflito conhecido como ‘Massacre de Caarapó’.

Na ocasião, o indígena Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza foi morto a tiros em 2016. Até o momento, a Força Nacional esteve nas regiões.

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