Theodoro Biceglia, de 5 anos, está internado numa UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em Campo Grande há mais de 40 dias. O motivo foi uma grave pneumonia, causada pela bactéria pneumococo ou, no nome científico, Streptococcus pneumoniae.
Apesar da pneumo 10, uma das vacinas que combate essa bactéria, ser aplicada nos primeiros meses de vida das crianças via SUS (Sistema Único de Saúde), ela não consegue imunizar contra todos os sorotipos de pneumococo. Portanto, ainda há chance de infecção, principalmente em crianças com outras comorbidades.
Diante disso, Plínio e a Val, pais de Theodoro, querem alertar sobre a importância da vacinação.
“Queremos chamar a atenção dos pais para que vacinem seus filhos”, diz Plínio. Ele conta que tudo começou com uma gripe simples, mas que em 4 dias virou uma pneumonia bacteriana que logo levou o Theodoro a ser entubado.
O Midiamax noticiou o caso nesta semana. O casal, agora, pede ajuda para poder continuar o tratamento do filho – em breve, em casa.
Doenças causadas pela bactéria
De acordo com o médico pediatra Alberto Cubel, a bactéria pneumococo é a principal causadora de pneumonias bacterianas em crianças e sua gravidade vai depender da pessoa afetada (imunidade) e da cepa envolvida.
“O pneumococo tem várias cepas (tipos) e algumas são mais agressivas, podem causar infecções, principalmente pneumonias mais graves. Também vale ressaltar que o pneumococo pode provocar infecções em outros locais, como amígdalas, pele e até meningites”, detalha o médico.
Segundo o pediatra, na grande maioria dos casos, a bactéria aproveita uma queda na defesa, na imunidade da pessoa, para se instalar. Essa queda na imunidade geralmente é causada por doenças virais, muito comuns nesta época do ano, e se manifestam.
Prevenção
No caso das crianças, o especialista explica que a melhor prevenção é, primeiro, o aleitamento materno, assim como boa alimentação, hidratação, evitar locais fechados e com muitas pessoas e, também, as vacinas.
No mercado de vacinas, existem 4 imunizantes para combater essa bactéria: as vacinas pneumocócicas, ou pneumo 10, 13, 15 e 23.
De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), o SUS oferece diferentes vacinas pneumocócicas, cada uma com uma função específica na prevenção de doenças causadas pelo Streptococcus pneumoniae.
Vacina pneumocócica conjugada 10-valente (VPC10)
- É oferecida no calendário de vacinação de rotina do SUS, tendo como público-alvo principalmente crianças, administrada em três doses aos 2, 4 e 6 meses de idade, com um reforço entre 12 e 15 meses.
- Atuação: protege contra 10 sorotipos do pneumococo, estimulando o sistema imunológico a produzir uma resposta forte e duradoura.
Vacina pneumocócica conjugada 13-valente (VPC13)
- É oferecida pelo SUS apenas em casos especiais, tendo como público-alvo crianças e adultos com condições médicas que aumentam o risco de doenças pneumocócicas graves, como imunossuprimidos e pessoas com doenças crônicas. A decisão de utilizar a VPC13 deve ser baseada em avaliação médica.
- Atuação: protege contra 13 sorotipos do pneumococo, oferecendo uma cobertura mais ampla que a VPC10.
Vacina pneumocócica polissacarídica 23-valente (VPP23)
- É oferecida pelo SUS para grupos de risco, tendo como público-alvo adultos acima de 60 anos, pessoas com doenças pulmonares crônicas, diabéticos, pacientes com HIV, entre outros grupos de risco.
- Atuação: protege contra 23 sorotipos do pneumococo, sendo recomendada para adultos com 60 anos ou mais, pessoas com doenças crônicas e imunossuprimidos. Pelo SUS, podem acessar o imunizante crianças indígenas a partir dos 5 anos e idosos acamados ou institucionalizados. Ela previne infecções invasivas (como meningite e pneumonia) e otite média aguda, causadas pelos 10 sorotipos do pneumococo.
Apesar de o SUS oferecer essas vacinas para grupos específicos, elas são disponibilizadas no sistema privado de saúde. “Essas 3 vacinas não são obrigatórias pelo calendário do SUS, mas estão salvando vidas”, reforça o pai do Theodoro.
Cobertura vacinal
Segundo a Sesau, em 2024, até o mês de junho, foi alcançado 53,91% de cobertura vacinal. Até dezembro espera-se atingir 95%. Para o mês, foram aplicadas 107,82% das doses esperadas, portanto, a cobertura está dentro do esperado.
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