Em poucos minutos a confraternização com mais de 300 pessoas se tornou um tormento para uma bióloga de 43 anos e seu marido, de 55, que saíram de Bonito para um passeio na Fazenda Piana, em Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande, nesse sábado (30).
Isso porque o marido da bióloga teve a costela quebrada ao descer de um tobogã e, segundo ela, não teve a assistência adequada. A queda ocorreu por volta das 13 horas no momento em que o homem descia do escorregador e um adolescente que seguia logo atrás caiu na piscina com os pés nas costas dele.
Logo após a queda, a bióloga foi chamada para ir ao local e se deparou com o marido no chão, colocado em uma maca de madeira. Neste momento, a turista questionou se já haviam acionado o Corpo de Bombeiros, mas foi informada de que ela mesmo poderia ligar para os socorristas.
“Pensei ‘como assim, eu mesma?’, até porque na hora nós ficamos sem saber quais procedimentos adotar. Tentei ligar, mas na fazenda não tem rede de telefonia”, disse, indignada à reportagem do Jornal Midiamax.
Em seguida, a bióloga foi atrás de uma funcionária e, logo depois, encontrou o proprietário da fazenda, mas o socorro ainda não tinha sido acionado. Então, ela decidiu retornar ao local onde o marido estava e viu que ele estava sendo levado para uma grama, sem cobertura.
“Largaram ele no chão, ele contou no relógio o tempo que ficou nessa situação e totalizou 1 hora e meia esperando atendimento. Ele estava suando, as formigas começaram a subir na maca e ele com muita dor”, relatou.
Em meio ao impasse, o turista foi encaminhado ao hospital de Sidrolândia somente às 15 horas, onde ficou aguardando por atendimento médico e encaminhamento para a Santa Casa de Campo Grande.
“Demorou horas para fazer o raio-x nele. Quando ficou pronto, o médico me chamou e contou que, além da fratura na costela, possivelmente ele teve um achatamento de vértebra. Ele falou que não tinha como confirmar e teria que ser encaminhado para Campo Grande”, disse.
A bióloga ainda relata que o marido conseguiu liberação para a Santa Casa somente às 19h40 da noite, mas não tinha ambulância nem equipe médica que pudesse levá-lo. Por isso, o turista foi levado para a Capital e chegou às 9h40 da manhã deste domingo (1º).
Ela também contou que, ainda em Sidrolândia, foi informada pelo médico de que o marido não poderia se movimentar em vista da fratura e deveria ser transportado na maca de madeira. Porém, quando se deparou com ele chegando na Santa Casa, a situação foi diferente.
“Ele estava em uma maca comum, não veio amarrado e nem na maca que o médico havia falado que deveria ser. Então, se não era para mexer a coluna, foi o que ele mais mexeu movimentando o carro. Ele veio se segurando na lateral da maca para não movimentar e diminuir a dor que estava sentindo”, contou.
‘O pior foi a falta de atenção do proprietário’
Além da demora para o marido ser socorrido, a bióloga questiona a falta de orientação, supervisão e de preparo no tobogã onde houve o incidente. Segundo ela, não há nenhum funcionário que fique no equipamento dando orientações.
“Tinha que ter alguém lá informando que não poderia descer alguém logo atrás como aconteceu com ele. Não é a pessoa que terá o bom senso de fazer, ainda mais por ser adolescente, pois ele não teria essa percepção”, cobrou a bióloga.
“O pior foi a falta de atenção do proprietário que estava presente no local, assim como os salva-vidas, que estavam sem preparo nenhum”, completou.
Questionada sobre uma possível ação judicial contra a fazenda, a bióloga afirmou que o próprio marido cogita acionar a Justiça, visto que o próprio possui curso de primeiros socorros e notou muitas falhas durante o atendimento recebido no passeio.
Fazenda alega que atendimento ocorreu dentro do normal
O Jornal Midiamax procurou a Fazenda Piana acerca dos fatos que, por sua vez, alegou que o atendimento ao turista ocorreu dentro da normalidade, pois o Corpo de Bombeiros chegou em 40 minutos ao local.
“Dentro do normal foi acionado os bombeiros chegaram em 40 minutos, são os fatos. Teve os primeiros socorros dos nosso salva-vidas e em seguida a chegada da ambulância”, informou ao Jornal Midiamax.
O espaço segue aberto para manifestações.
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