Turbulências ferem dezenas de passageiros e reforçam importância de comissários bem treinados

Neste dia 31 de maio, Dia do Comissário de Bordo, o Jornal Midiamax detalha o perfil desses trabalhadores

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Ilustrativa – Avião da Força Aérea (Divulgação).

Três casos de fortes turbulências em voos foram registrados neste mês em diferentes países. Em um dos casos, um homem morreu e outras 68 pessoas ficaram feridas após turbulência severa que atingiu um Boeing 777 da Singapore Airlines que ia de Londres a Singapura.

O incidente chama a atenção para a importância de profissionais treinados para lidar com essas situações, entre eles, os comissários de bordo. Neste dia 31 de maio, Dia do Comissário de Bordo, o Jornal Midiamax detalha o perfil desses trabalhadores.

Não é raro que comissários estejam entre os feridos em situação de instabilidade durante um voo. Um dos incidentes que ganhou a mídia neste mês aconteceu dentro de Airbus A32, que sofreu uma variação repentina de altitude, o que levou uma comissária de bordo da Turkish Airlines a fraturar a coluna. Durante o voo, que ia de Istambul para Esmirna, a tripulante foi arremessada contra o teto e de volta ao chão com violência.

Atividades além do que é visto

Cuidar do bem-estar dos passageiros, realizar atendimentos e orientar usuários estão entre as atividades executadas por comissários em voos, sejam deslocamentos domésticos ou internacionais. Mas, muito além disso, esses profissionais são continuamente treinados para agir em situações de perigo e risco, atuando inclusive com ações que podem garantir a sobrevivência de passageiros. 

Para o comissário Deni Allison, de 35 anos e que há 10 executa esse trabalho, existem várias funções que se sobressaem ao que as pessoas geralmente acham o que é ser comissário.

“Ultimamente tem acontecido bastante turbulência, de forma inesperada. A gente tem conhecimento sobre isso, uma série de estudos e informações que fazem parte do nosso trabalho, mas muitas vezes as pessoas se limitam na questão do atendimento de bordo. Na verdade, nossa função é mais de agente de segurança”, detalha Deni.

Procedimentos de segurança 

Ilustrativa (Reprodução – Delta Air Lines).

Isso porque os comissários precisam manter a ordem e usabilidade da aeronave. “A gente precisa ser muito sério, responsável, porque nós estamos ali como agentes de segurança a bordo. Graças a Deus a gente não executa isso com frequência, mas, sim, no curso e na nossa preparação nós somos treinados com conhecimento de sobrevivência, primeiros socorros, combate a incêndio, procedimento de evacuação”, explica Deni.

“Eu até costumo dizer para as pessoas assim: você sabe abrir a porta de um Boeing numa necessidade? As pessoas não sabem, então a nossa função lá é essa, é manter a ordem, é manter a usabilidade da aeronave. Nós sabemos dos procedimentos de segurança”, amplia o comissário. 

Perfil necessário 

Para trabalhar nesse setor, Deni acredita que o comissário precisa ser uma pessoa ágil e dinâmica. “O profissional que trabalha com aeronaves e nessa área tem que ser dinâmico porque é um trabalho muito dinâmico. A gente tem que ser uma pessoa rápida, organizada, para que a gente consiga viver. Eu até costumo falar que a gente vive dentro da mala”, compartilha.

A vida “dentro da mala” também exige, geralmente, ser uma pessoa “um pouco mais desprendida emocionalmente”, ele conta. “Você fica muito tempo fora de casa e às vezes as pessoas não conseguem ficar muito tempo fora de casa, isso acaba acarretando algum tipo de problema”, completa Deni.

História marcante

O comissário Douglas Eger Pazzinato há 14 anos atua na profissão e há 12 anos compartilha seu conhecimento como instrutor em uma importante escola de aviação de Campo Grande. 

Ele conta que um dos casos marcantes na história dele foi a experiência de colocar em prática o conhecimento de primeiros socorros. 

“Cheguei de voo no aeroporto internacional de Campo Grande e, ao me dirigir ao estacionamento, algumas pessoas solicitaram meu auxílio. Ao me aproximar verifiquei que um senhor, taxista do aeroporto, estava inconsciente e sem batimentos cardíacos, (tendo) uma parada cardiorrespiratória. Iniciei, imediatamente, o procedimento de ressuscitação cardiopulmonar (RCP), que busca manter a oxigenação do cérebro até a chegada de atendimento médico”, relata Douglas. 

“O serviço de emergência em seguida chegou e levou o senhor para o hospital, e tudo ocorreu conforme esperado. Nesse momento percebi a importância de saber primeiros socorros, pois havia inúmeras pessoas ao redor, mas poucas que pudessem auxiliar na situação”, conta o comissário.

“Esses 14 anos como comissário de voo me ensinaram que a paixão pela aviação vai além das alturas. Cada voo é uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional”, finaliza Douglas.

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