Passados três dias desde o rompimento da barragem do condomínio de luxo, Nasa Park, o responsável pelo empreendimento ainda não procurou as famílias atingidas pele enxurrada. Ao menos 5 famílias foram atingidas diretamente, tendo suas casas invadidas pela lama. Essas famílias perderam tudo, de documentos a veículos e tentam fazer a limpeza.
A barragem que se rompeu era de um lago localizado no meio do condomínio de casas Nasa Park e usado como entretenimento das famílias que moram por ali. Era comum o uso de jet ski e até lancha no lago, rodeado por mansões.
Questionados pelo Jornal Midiamax, os moradores afetados diretamente pelo rompimento da barragem dizem que, até esta sexta-feira (23), não receberam nenhum tipo de contato dos proprietários do lago e muito menos algum tipo de ajuda.
Algumas famílias receberam doação de cesta básica, roupas e cobertas de assistências sociais. Ainda assim, tentam, sozinhas, realizar a limpeza das casas tomadas pela lama.
A empresa A&A Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda é proprietária dos loteamentos Nasa Park I e II e foi procurada sobre o assunto via assessoria de imprensa. O espaço segue aberto ao posicionamento.
Barragem estava irregular, diz Imasul
A barragem do lago construído no loteamento de luxo Nasa Park é totalmente irregular. A estrutura nunca recebeu autorização do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) para construção e nem certificado ambiental. Além disso, o empreendimento recebe notificações desde 2019 sobre a necessidade de regularizar a barragem, o que nunca foi feito.

Multa de R$ 160 mil do Ibama por irregularidades
O loteamento Nasa Park ganhou a atenção das pessoas na terça-feira (20) após o rompimento da barragem da represa que fica no local causar verdadeira tragédia ambiental, além de prejuízos materiais. No entanto, a empresa A&A Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda – proprietária dos loteamentos Nasa Park I e II –, já havia sido multada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais) por irregularidades ambientais.
Conforme apurado pela reportagem do Jornal Midiamax, em 2008, o Ibama aplicou multa de R$ 160 mil em nome do proprietário, Alexandre Alves de Abreu. A infração constatada pelos técnicos foi: “Ocupar irregularmente área de preservação permanente no Loteamento Nasa Park I e descaracterizar e danificar área de preservação permanente no Loteamento Nasa Park II, através de raleamento de vegetação ciliar e não adoção de técnicas de contenção de processos erosivos, em uma área total de 8,0 ha”.
Então, o processo tramitou internamente no órgão até maio de 2019, quando foi remetido à Justiça Federal. Sem o pagamento da infração, tornou-se execução fiscal, no valor atualizado de R$ 111.803,00