Sob risco de epidemia, nova secretária de saúde diz que combate à dengue será prioridade em 2024
Em cerimônia de posse, a nova secretária-adjunta da Sesau, Rosana Leite, ressaltou que o combate à dengue será prioridade em 2024
Lethycia Anjos, Anna Gomes –
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Em meio ao risco de volta do sorotipo 3 do vírus da dengue, a possibilidade de uma nova epidemia segue no ‘radar’ das autoridades de saúde em Campo Grande. Em cerimônia de posse realizada nesta segunda-feira (5), a nova secretária de saúde da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Rosana Leite, ressaltou que o combate à dengue será uma das prioridades em 2024.
Ex-secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19 no Ministério da Saúde, Rosana Leite destaca que, embora Mato Grosso do Sul seja considerado um dos epicentros do mosquito Aedes aegypti, as medidas de combate implementadas na região dão a Campo Grande um controle mais eficaz sobre a doença.
“Temos várias ações que nos colocam num estágio melhor do que outros lugares do país que estão em uma situação mais alarmante para a dengue”, explicou.
Sobre a possibilidade de uma nova epidemia de dengue em 2024, a secretária ressalta que as autoridades seguem monitorando os riscos, mas existe a chance de Campo Grande não enfrentar esse cenário epidêmico.
“Estamos bem atuantes, não só com as ações de evitar o crescimento do mosquito, mas também graças ao método Wolbachia. Acreditamos muito que isso será benéfico para nós. Talvez não enfrentaremos uma epidemia como está acontecendo. Não estamos ainda em alerta”, disse.
Técnica de combate biológico, a Wolbachia é feita a partir da liberação de mosquitos com a bactéria capaz de inibir a transmissão das doenças. Em Campo Grande, a soltura dos mosquitos com a bactéria iniciou em dezembro de 2020, o método já está presente em mais de 30 bairros de diferentes regiões do município.
Desde o ano passado, a Sesau ativou a sala de situação para monitorar ativamente a evolução da dengue, mas segundo a nova secretária, ainda não há necessidade de recorrer ao COE (Centro de Operações de Emergências), criado para elaborar estratégias visando à redução de casos graves e óbitos por arboviroses.
“Se compararmos ao ano passado, os casos começam a aumentar a partir de março e abril. Mas já temos a nossa sala de situação, monitoramos toda semana. Além disso, é muito importante que as pessoas permitam que os agentes de saúde entrem nas casas para fazer a vistoria, porque isso é fundamental”.
Além do enfoque na questão da dengue, Rosana Leite enfatiza que, para 2024, a Sesau concentrará esforços não apenas na atenção básica, mas também na integração da tecnologia com a área da saúde.
“Temos várias novidades, essa semana apresentaremos o plano específico para a prefeita Adriane Lopes e vocês também tomarão conhecimento. Tem muita coisa boa”, enfatizou.
Dengue tipo 3
Inativo por mais de 15 anos, a possível reintrodução do vírus 3 da dengue representa, hoje, a maior preocupação das autoridades em saúde pública de Campo Grande. Em 2023, Mato Grosso do Sul registrou o maior pico de mortes dos últimos dois anos, com 42 óbitos.
Outro fator que acende alerta são as mudanças geradas pela instabilidade climática. Com altas temperaturas e períodos chuvosos, a expectativa é que o número de criadouros aumente. Para 2024, a OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta para a combinação entre calor e chuvas intensas, provocadas pelo El Niño.
(Foto: Anna Gomes, Midiamax)
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