A cidade de Campo Grande registrou três casos de pessoas infectadas com hepatite A neste mês de setembro. Apesar do número ainda baixo, o seu crescimento – já que antes apenas seis pessoas haviam sido diagnosticadas no ano – aliado ao surto registrado em outras cidades do País, como Curitiba-PR, fez a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) emitir um alerta epidemiológico, com objetivo de alertar a população.
O documento foi publicado na quarta-feira (25) e informa sobre características da doença, transmissão, sinais e sintomas e o cenário epidemiológico em Campo Grande. Neste consta uma avaliação histórica, que demonstra que nos últimos dez anos, 124 casos foram registrados na cidade de Campo Grande.
Apesar disso, houve uma mudança na faixa etária onde se verificavam os infectados. Se antes a doença acometia principalmente adolescentes, agora aparece em jovens adultos, de 20 a 24 anos.
“Em 2024 esse cenário muda em relação à faixa etária que atualmente se encontra entre 20 a 34 anos e mantém a mesmo perfil, predominante no sexo masculino. Diante desses novos casos de hepatite A, o Serviço de Vigilância Epidemiológica, juntamente com a CIEVS, está em alerta para fortalecer os métodos de prevenção, diagnóstico e monitoramento”, diz o alerta.
Após um período sem registros de Hepatite A em Campo Grande, o cenário começou a se alterar entre julho e agosto, quando foram notificados quatro novos casos, com idade entre 20 e 29 anos, com predomínio no sexo masculino. Neste momento, são nove casos confirmados e três casos em investigação.
“Diante desses novos casos faz-se necessário reforçar as medidas de prevenção de saúde pública a fim de evitar possíveis surtos da doença”, diz a Secretaria.
Uma das principais formas de prevenção é a vacinação, disponível no calendário vacinal do SUS (Sistema Único de Saúde). Ela está disponível para crianças a partir de 15 meses até 4 anos, disponível nas unidades de saúde do município.
Além disso, toda a população deve observar uma rotina de higiene, que previne não apenas esta, mas diversas outras patologias, como: consumir apenas água tratada, fervida ou filtrada; lavar alimentos que serão consumidos crus; cozinhar alimentos antes do consumo, principalmente frutos-do-mar e peixes; higienizar as mãos com frequência; evitar construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios; utilizar preservativos e realizar higiene antes e após relações sexuais.
Surto em Curitiba
A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba informou que, entre janeiro e 13 de setembro, foram registrados 503 casos de Hepatite A na cidade, resultando em cinco óbitos e dois transplantes hepáticos relacionados à doença.
A maioria dos casos ocorre na faixa etária de 20 a 29 anos, com 369 homens (73,3%) e 134 mulheres (26,7%). Do total de 503 casos confirmados, 297 pacientes (59%) necessitaram de internação em hospitais, e 13 (2,5%) precisaram de cuidados intensivos em UTI.
Como medida de contenção, a SMS vacinou 257 pessoas contra a Hepatite A, abrangendo familiares e parceiros sexuais de indivíduos diagnosticados nos últimos 15 dias.
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