Rio Paraguai termina 2024 com nível mais alto dos últimos 5 anos após período crítico
A marca é uma boa notícia para quem viu o Pantanal agonizar em 2024
Priscilla Peres –
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O rio Paraguai passou por momentos tensos em 2024, devido à seca extrema que contribuiu para que seu nível baixasse à pior marca em 1964. Muito se discutiu sobre o possível fim do bioma alagável, mas o principal afluente do Pantanal está se recuperando e termina 2024 com bom presságio.
Se no dia 8 de outubro, o rio Paraguai chegou a 62 centímetros abaixo da cota zero, em Ladário, neste 31 de dezembro, a régua marca 1,12 metros. São 175 centímetros a mais em menos de três meses.
A boa notícia é que desde 2019 o rio Paraguai não terminava o ano tão bem. Em 2023, marcava 0,31 centímetros no último dia do ano e em 2019, a marca era de 1,06 no fim do ano. A marca é uma boa notícia para quem viu o Pantanal agonizar em 2024.
“A gente acredita que tem um indicativo de que 2025 vai ser menos seco. E que existe uma boa chance do Rio Paraguai transbordar. Transbordando diminui bastante a probabilidade de incêndio”, afirma o professor Dr. Geraldo Damasceno Junior, coordenador do Peld-Nefau (Núcleo de Estudos do Fogo em Áreas Úmidas) da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
Eventos mais intensos
Quem costuma duvidar das mudanças climáticas, afirma que os eventos extremos sempre existiram. O pesquisador do Inpe, Jean Pierre Ometto, não discorda. “Sempre aconteceram mesmo, mas estão ficando mais intensos e mais frequentes. Elas aconteceram lá em 1970, 60, 50? Sim, acontecia. Só que com uma frequência e uma intensidade muito menor. Então, o que está acontecendo é isso, o clima está mudando rapidamente”.
O calor, a baixa umidade, as queimadas afetam a saúde da população, agora e no futuro e o pesquisador faz um alerta importante. “Lembrando sempre que onda de calor mata mais do que deslizamento de terra”, disse ele ao se referir a um estudo publicado por pesquisadores em janeiro deste ano.
Em meio a tantas opiniões extremas no Brasil atual, o pesquisador faz questão de afirmar que a questão do clima não é anti-econômica. “Pelo contrário, é uma agenda de sustentabilidade econômica. Não adianta a gente continuar fazendo o que está fazendo e não conseguir produzir agricultura no Cerrado Brasileiro em 20 anos”, reflete ele.
Mas é possível produzir em conformidade com o meio ambiente? Jean esclarece que sim e que é urgente buscar formas para que os eventos extremos impactem menos a vida de população. Mas, para isso, é importante que todos pensem junto com as mudanças climáticas.
“A agricultura é um grande emissor de carbono, mas a gente tem que continuar produzindo alimento. Então, como é que a gente compõe essa equação no curto prazo? É uma estratégia de transformação nas cadeias produtivas, transformação energética, transformação no uso e ocupação do solo. Nós temos que trabalhar nessa estratégia”.
Mudanças impactam o bioma
As mudanças climáticas fruto do aquecimento global já são uma realidade e isso significa que qualquer ação não é mais suficiente para impedir, restando apenas a adaptação a essa nova realidade. Mas é possível minimizar os impactos das mudanças climáticas? Procuramos especialistas para responder essa pergunta.
Pesquisador sênior do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil) e vice coordenador da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais, Jean Pierre Ometto conversou com o Jornal Midiamax sobre o assunto e seu olhar para o futuro. “Eu considero que isso é uma situação muito grave, muito urgente. E nós temos que ter ações de voltadas à conservação ambiental”.
Para ele, o cenário ideal para tentar reverter a situação, seria mudar a composição da atmosfera, parando de queimar combustível fóssil e de jogar carbono na atmosfera. Mas a gente sabe que isso não vai acontecer, pelo menos não agora e o que resta é adaptação. “É urgente a gente ter ações voltadas à recomposição, à restauração de uma relação com a natureza, vamos dizer assim. No sentido prático”, comenta Ometto.
Ele detalha ações, como reduzir o impacto ao Meio ambiente e as ilhas de calor (áreas urbanas com altas temperaturas), a fim de minimizar os dados principais à população mais vulnerável. Investir no reflorestamento de cidades, disponibilidade de água, arquitetura adequada e agricultura sustentável são ações principais.
“Precisamos falar sobre as mudanças climáticas. É muito importante que o poder público municipal traga isso para dentro do seu planejamento, porque ele vai enfrentar eventos de clima extremo na sua gestão. A gente precisa trazer isso para o debate, se não, a gente fica, de alguma forma, fingindo, fica tampando o sol com a peneira, né?”, destaca Jean Ometto.
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