Rio Paraguai em Ladário sobe e sai da cota de estiagem após 129 dias
Para pesquisadores, apesar das boas notícias, pode não haver cheia considerável em 2025
Priscilla Peres –
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Foram quatro meses e sete dias do rio Paraguai, em Ladário, na cota de estiagem. Mas o período de seca severa de 2024 parece ter terminado no último fim de semana em Mato Grosso do Sul, quando o nível do rio passou de 52 centímetros.
Os dados da Sala de Situação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de MS), mostram que no dia 31 de julho o nível do rio Paraguai, em Ladário, chegou a 51 centímetros. A cota de referência de estiagem naquela régua, é 52 centímetros.
Foram quatro meses do nível do rio baixando, até chegar a 69 centímetros negativos, em 17 de outubro de 2024. Naquele período, o rio Paraguai chegou ao pior nível em 124 anos, superando o recorde de 1964.
Com a volta das chuvas em novembro, o nível do rio Paraguai voltou a subir, saindo da marca negativa e, no sábado (7), deixando cota de emergência. Os dados da Sala de Situação mostram que no fim de semana, em Ladário, o rio chegou a 54 centímetros e, nesta segunda-feira (09), em 63 centímetros.
A régua de Ladário é a referência para pesquisas que envolvem o rio Paraguai e o Pantanal. Mas, conforme o Imasul, e Porto Murtinho e Porto Esperança, o nível do rio continua na cota de estiagem.
Rio sobe, mas cheia não é certeza
A melhora considerável acontece após o Pantanal enfrentar uma seca histórica, mas não é indicativo de normalidade em 2025. Para pesquisadores, os efeitos da estiagem severa vão continuar sendo sentidos.
Em entrevista ao Jornal Midiamax, a pesquisadora Liana Anderson do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), comentou sobre a seca severa enfrentada em 2024 e seus impactos para o Meio Ambiente, principalmente o Pantanal, nos próximos anos.
“A gente vem de um processo de seca muito longa e severa, então eu imagino que para começar a normalizar não ocorra ma situação tão rápida, né? Se a gente for comparar com as secas anteriores, esse último efeito El Niño é o que imprimiu uma marca de secas mais fortes, não só pela intensidade, mas também pela duração”, explica a pesquisadora.
Ela corrobora outros pesquisadores e fala em eventos climáticos mais intensos e duradouros, e uma a tendência de diminuição do volume hídrico do Brasil. “Eu não sei até que ponto a gente consegue reverter um pouco esse cenário de decréscimo das inundações, das cheias que vêm ocorrendo. Então eu não sei se esse é um processo reversível nesse momento”, destaca.
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