Problema crônico: Nem placa ou ‘bronca’ de vizinhos impede lixão no Jardim das Hortências
Apesar de frequentes limpezas, entulho toma conta de calçada ao lado de escola municipal
Karina Campos, Clayton Neves –
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O pedestre que passa pela Rua Iemanjá, no Jardim das Hortências, em Campo Grande, precisa invadir o asfalto para desviar do entulho que toma conta da calçada. Não é a primeira vez que o Jornal Midiamax visita o local, mas o problema se repete, apesar de frequentes denúncias e limpezas. Na manhã desta quinta-feira (18), a parede da Escola Municipal Irene Szukala estava marcada com indícios de incêndio ateado no trecho.
Há todo tipo de lixo ali, desde animal morto a materiais de construção despejados irregularmente. Uma placa ainda sinaliza: “Proibido jogar lixo nessa área”, entretanto, nem o temor da multa impede os que insistem em usar o canteiro como lixão.
O comerciante Cleber Pinheiro relata que o problema é antigo, não há limpeza que dure no local, já que o amontoado volta a surgir poucos dias depois da limpeza de equipes municipais. Ele diz que chegou a “dar bronca” em uma pessoa após flagrar o descarte, mas foi ameaçado.
“A gente chama, a reportagem vem, ligamos para a prefeitura e ela limpa, mas voltam a jogar lixo na calçada. Tem dia que é um cheiro de carniça [exalando] muito forte. Hoje mesmo eu cheguei na loja e tinha fumaça, tive que correr e abrir tudo, ligar o ventilador para sair. Meus passarinhos ficaram alvoroçados”, descreve.
O morador faz parte da vizinhança que frequentemente precisa entrar em contato com o município para agilizar limpeza. “Tem morador de rua que quer ganhar ‘uns trocadinhos’, daí joga o entulho depois de limpar o terreno. Teve dia que tinha seis cachorros mortos despejados”.
Dirceu Moreira reclama da impunidade que reflete somente aos que moram próximo ao lixão improvisado. “Tinha que colocar uma câmera para filmar quem faz isso. Isso já tem anos, não resolve. Se limpa, depois de 2 ou 3 dias está assim de novo”.
O cenário deixa vizinhos sujeitos à marginalização, além da desvalorização urbana. Valdirene Moreira fica envergonhada quando recebe visitas. “Se você ver, tem uma placa bem em cima. É triste abrir o portão e dar de cara com esse lixo, ele encosta no meu muro. Toda vez que meu pai vem me visitar, ele comenta desse lixo”.
A pessoa flagrada realizando o descarte irregular de resíduos pelas forças de segurança responderá por crime ambiental e caso flagrado por um auditor fiscal da Semadur será autuado, via processo administrativo, por poluição ambiental. De acordo com o Código de Polícia Administrativa, Lei 2909/92, do município de Campo Grande. As multas podem variar entre R$ 2.727,50 e R$ 10.910,00.
A Capital dispõe de locais devidamente apropriados para a recepção dos resíduos, os chamados Ecopontos. São locais de entrega voluntária regular e gratuita de diversos tipos de resíduos como móveis inservíveis, recicláveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, restos de podas de árvore e entulho da construção civil.
O limite de descarte é de um metro cúbico diário por usuário do sistema. O horário de funcionamento é de segunda a sábado das 8 às 18 horas e acessível a qualquer cidadão, que poderá fazer o descarte em contêineres específicos e sinalizados para cada tipo de resíduo.
- Ecoponto Panamá: localizado na Rua Sagarana com a Avenida José Barbosa Hugo Rodrigues, no Bairro Panamá;
- Ecoponto Noroeste: localizado na Rua Piraputanga, esquina com Guarulhos, no Bairro Noroeste;
- Ecoponto Nova Lima: localizado na Rua Pacajús, nº 194, no Bairro Nova Lima;
- Ecoponto União: localizado na Avenida Roseira, esquina com a Rua Carmem Bazzano Pedra, no Bairro União;
- Ecoponto Moreninha: localizado na Rua Copaíba, entre as ruas Antônio Davi Macedo e Amado Nogueira Moraes, no Bairro Moreninhas.
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