Preso desde agosto, ‘acumulador da Planalto’ vai passar por exame de sanidade

Homem confessou que atos eram realizados como forma de protesto contra o poder público

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Casa do acumulador (Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax).

Conhecido como ‘acumulador da rua Planalto’, José Fernandes da Silva, de 54 anos, está preso desde agosto e a defesa segue alegando insanidade mental. Em setembro, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) se manifestou por manter a prisão e descartou a alegação de insanidade.

José Fernandes vai passar por análise de insanidade mental em janeiro, clínica psiquiátrica SINAPSI-Q, em Campo Grande. O Dr. Tiago Ferreira Campos Borges, médico psiquiatra credenciado pela Corregedoria-Geral de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul, foi convocado para realizar a perícia médica.

O homem foi preso em agosto deste ano, após diversos episódios de lixo na rua e na calçada. Em ação antes da prisão, ele havia construído uma barraca na calçada para usuários de drogas e moradores de rua.

A prisão em flagrante foi convertida em preventiva e o MPMS disse que age com ‘descaso e agressividade’ diante das autoridades e vizinhança e tem intenção de prosseguir com a conduta ilícita.

Acumulador admitiu atos como protesto

Em julho de 2024, José Fernandes da Silva abriu as portas da casa na rua Planalto, para o Jornal Midiamax. Na oportunidade, confessou que a precariedade do local reflete a luta de um homem que encontrou ali a única maneira de chamar a atenção para um processo judicial que se arrasta desde 2006.

Em 2006, recebeu uma notificação judicial de desapropriação de seu terreno de 1 mil metros quadrados, localizado entre a Rua Rolândia e a Avenida Fábio Zahran. A área foi desapropriada para a construção da Avenida Fábio Zahran, que naquela época, era chamada de Via Morena.

Acumulador da rua Planalto
José Fernandes (Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

A princípio, mesmo discordando da decisão, José concordou com a desapropriação, desde que houvesse garantias de que ele receberia um novo terreno ou o valor correspondente à área desapropriada.

“Eu disse que saía desde que me dessem uma área em outro lugar, ou me pagassem valor que o terreno valia. Um oficial fez o levantamento e disse que valia apenas R$ 106 mil, isso não pagava nem o que investi no terreno. Depois chegaram com caçamba e destruíram tudo, até mataram meus animais”, relata.

O processo se arrastou por anos, durante os quais José começou a realizar protestos para chamar atenção para seu caso. Ele organizou diversas manifestações na Prefeitura de Campo Grande, Câmara de Vereadores e em outros órgãos públicos da cidade. No entanto, o impasse persistia sem solução até 2023, quando encontrou uma nova maneira de chamar atenção para o problema.

“Tentei de tudo. Fazia várias manifestações, mas nunca deram moral. Cheguei a ser expulso da prefeitura. Até então, sempre mantive minha casa muito bem cuidada, o jardim era impecável, as crianças brincavam e a manutenção era recorrente”.

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