A prefeitura de Campo Grande decidiu adiar a volta às aulas em diversas escolas devido à reforma nas unidades de ensino. Em alguns casos as aulas foram adiadas em mais de duas semanas, sem aviso prévio, e pais e mães precisam se desdobrar com as crianças em casa e a rotina de trabalho.

Muitos relatam arriscar o próprio emprego para lidar com a situação que não era esperada por eles. A rede municipal de Campo Grande iniciou as férias escolares dia 17 de julho, com retorno previsto para 2 de agosto. Mas com a reforma, algumas escolas só devem retornar às aulas em 19 de agosto.

Vários pais relatam transtornos para lidar com a situação, já que ficar em casa com as crianças quase nunca é uma opção. Quem precisa trabalhar tem poucas opções, tentar home office, pagar uma babá ou colônia de recreação, quando não há rede de apoio disponível.

Em entrevista ao Jornal Midiamax, mãe de duas crianças afirma que conseguiu negociar home office até o dia 12, mas agora a escola anunciou que as aulas só devem voltar dia 19. “Eu e meu marido estamos nos revesando, mas prejudicando nossos trabalhos, com faltas ou sem o comparecimento a reuniões importantes, por exemplo”, conta.

Pagar colônia pesa no bolso

Sem se identificar com medo de represália, ela conta que um dos seus filhos tem TEA (Transtorno do Espectro Autista) e não é simples deixar a criança em um lugar diferente. Além disso, os custos com colônias ou babá são bem elevados.

“A colônia mais barata que encontrei custava R$ 150 por dia, para meio período com as duas crianças. É totalmente inviável para o nosso orçamento”, afirma ela, sem saber como vai lidar com os próximos dias.
A situação dessa mãe é comum. Outro relato feito ao Jornal Midiamax de mãe de criança pequena é de que se programou para que a filha ficasse com a avó no período. Mas com o adiamento do retorno para o dia 19 de agosto, não sabe o que vai fazer com a criança.

“Uma Emei que atende crianças, onde os pais deixam para poder trabalhar, não faz sentido fazer reforma sem aviso prévio”, afirma.

A prefeitura de Campo Grande foi questionada sobre o assunto e o espaço segue aberto ao posicionamento.