‘Posso pagar na próxima?’ gera discussão entre motoristas e usuários de aplicativos em CG

“Posso pagar na próxima?” Esta é uma prática solicitada cada vez mais por passageiros de aplicativos de mobilidade urbana em Campo Grande. Isso, porém, tem sido o desespero de motoristas que temem o prejuízo. O assunto tem gerado debate entre a categoria que, majoritariamente, defende práticas que punam passageiros que não arcam com o valor antecipadamente estabelecido na solicitação da corrida.

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Mas, afinal, essa opção existe? Procurada pela reportagem, a Uber afirma que não. Também procuramos a 99Pop e o inDrive, mas não obtivemos resposta referente à criação dessa opção dentro da plataforma.

Criado em 2019 pela plataforma, esse recurso chamado ‘Troco Automático’, busca ajudar os motoristas parceiros com troco, e não oferecer uma forma de usuários pagarem depois. Como em qualquer outro, a responsabilidade pelo pagamento é do tomador do serviço e solicitar viagens sem fazer o pagamento pode levar ao bloqueio da conta do usuário.

Troco Automático

Para melhor entendimento, imagine a seguinte situação: o motorista encerra a viagem em dinheiro e o valor pago pelo usuário ultrapassa o preço exato. A diferença poderá ser devolvida na forma de créditos, que entrarão automaticamente na conta do usuário.

Por exemplo: se a viagem custar R$ 16,37, e o usuário fizer o pagamento com uma nota de R$ 20, o troco de R$ 3,63 pode ser devolvido como crédito.

Para o motorista parceiro, a vantagem é não precisar se preocupar em ter notas e moedas para usar como troco, sem perder tempo contando o dinheiro exato nem ter que parar em lojas e padarias para trocar notas maiores.

Para o usuário, o Troco Automático representa maior agilidade para encerrar as viagens, sem ter que esperar para receber troco, além de ser uma forma prática para adicionar créditos à sua conta na Uber.

Pagamento apenas no cartão

Essa divergência tem causado muita discussão entre motoristas e usuários. Para evitar isso, muitos profissionais têm optado por receber apenas corridas que serão pagas no cartão. Isso porque, antes de designar a corrida a um motorista, a Uber consulta se há saldo no cartão cadastrado. Dessa forma, os motoristas têm a certeza de que receberão pela corrida.

Em conversa com a reportagem, um motorista de aplicativo, que prefere não ser identificado, conta que está na plataforma há 4 anos e nos últimos meses tem aumentado o número de usuários pedindo que a viagem seja “pendurada” e paga depois.

Conforme o rapaz, em uma das ocasiões ele discutiu com a passageira, questionando se ela não havia visto o preço que daria a corrida quando solicitou o carro de aplicativo.

“Começa que nem foi ela quem solicitou a corrida, foi outra pessoa. Chegamos no fim da corrida, falei o valor e ela me disse que não tinha aquela quantia. Aquilo já me deixou estressado. Como você solicita um serviço se não tem dinheiro pra pagar? É o mesmo que ir em um restaurante, comer e falar que não tem como pagar. Depois de tanto bater boca, vendo que ela realmente não ia me pagar, parei o carro, já notifiquei a plataforma e coloquei que ela não havia pago. Porque, além de tudo, era capaz dela entrar em contato com a plataforma alegando algo e eu sair prejudicado”, pontua.

Após tantas intercorrências, agora ele estuda a possibilidade de trabalhar apenas mediante pagamento no cartão. Ele apenas lamenta que, dessa maneira, muitos usuários que usam apenas dinheiro sairão prejudicados, com cada vez mais motoristas optando por essa forma de recebimento.

“Muitos amigos meus têm feito dessa forma. Os problemas deles acabaram, muito mais simples. Se a plataforma um dia fizer essa opção, tudo bem porque aí eles me garantirão o pagamento. Agora, enquanto isso não acontecer, não vou aceitar e arriscar ser prejudicado”, acrescenta.

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