A Polícia Militar, Polícia Federal e representante da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) se reuniram com indígenas da Aldeia Retomada Esperança, no distrito de Taunay, em Aquidauana, na quinta-feira (18).
A reunião aconteceu na Associação dos Moradores do distrito de Taunay por conta da disputa de liderança dentro da retomada, como publicou o Jornal Midiamax nesta semana. Na reunião, os moradores expuseram suas motivações e descontentamentos.
A liderança é composta pelo cacique Mauro Paes e outros membros. O outro envolvido, João Firmino — e família — está na retomada há 4 meses, desde março de 2024, quando levou o seu gado para o local.
Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, durante a reunião, foi denunciada a truculência no ‘despejo’ dos moradores indesejados. Outra parte da retomada alega que João causa ‘confusão e desarmonia’ na aldeia.
Desde que passou a morar na área, ele estaria defendendo a divisão da retomada em duas propriedades. Isso teria soado como uma provocação e afronta à liderança tribal. Além disso, três organizações existiriam no contexto da retomada, causando conflitos na tomada de decisões.
A briga começou justamente por conta da decisão de retirar João, a família e o gado à força da área. Com isso, pertences foram retirados do local. Apesar dos indígenas defenderem o diálogo, não houve acordo na reunião desta quinta. Apenas os pertences retirados iriam ser devolvidos em até 24h.
Além disso, a Funai prosseguirá com o processo de divisão da área retomada e o coordenador estadual da fundação, Elvisclei Polidório, ficará responsável pelo gado.
Retomada Esperança
Essa terra foi retomada pelos indígenas em 2013, no distrito de Taunay, e pertence ao município de Aquidauana. Ela é tratada como ‘Retomada’, pois ainda não foi homologada. Entretanto, conforme a Funai, a área já teve os estudos de identificação e delimitação aprovados. Os documentos aguardam a portaria demarcatória.
Conflito
As lideranças acordaram que a retirada de João Firmino e seu gado iria acontecer na terça-feira (15) e, se fosse necessário, a comunidade estaria apta para agir através dos guerreiros e guerreiras indígenas, ao lado do cacique.
Tal ação gerou conflito, culminando com o filho de Mauro Paes agredido com um porrete, com possível fratura em um dos braços, além de outro indígena que também foi lesionado em um dos joelhos, sendo encaminhados para o pronto-socorro do Hospital de Aquidauana.
