Pelo sonho da casa própria, Jeferson ocupou terreno com os 11 filhos na comunidade Buracão

Ao todo, existem no local cerca de 200 barracos, incluindo a parte recentemente ocupada

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Comunidade Lagoa Parque – Buracão (Foto: Beatriz Magalhães, Midiamax).

Em busca de moradia para ele, a companheira e os 11 filhos dele, Jeferson Santos, de 42 anos, se tornou mais um dos moradores da comunidade Lagoa Parque, conhecida como Buracão, na região do bairro São Jorge da Lagoa, em Campo Grande.

O local existe há 5 anos, mas há pouco mais de 2 meses, pessoas passaram a ocupar outro espaço na área, também levantando barracos na esperança de conseguir fazer, dessa área, um local de moradia fixa. 

Ao todo, são cerca de 200 barracos no terreno todo, incluindo a parte recentemente ocupada, quanto a área ocupada há anos. Só na parte nova são 26 novas moradias improvisadas.

Os lotes estão sendo regularizados pela Emha (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande). No entanto, nessa parte recentemente ocupada, os moradores chegaram após passagem da Emha pelo local, quando a agência regularizou a situação dos moradores antigos e concedeu número para os lotes até então ocupados.

“Todo mundo aqui tem cadastro na Emha”, afirma Jeferson. Ele mesmo conta que fez o dele há 5 anos, mas ainda não conseguiu receber um lote. 

Ele conta que não tem onde morar, nem condições de pagar aluguel, ainda mais agora, que está desempregado. Por isso, recorreu à comunidade Lagoa Parque. 

Esperança de moradia

Barracos na comunidade Lagoa Parque (Foto: Beatriz Magalhães, Midiamax)

Rosângela Gutierrez, de 46 anos, está no local pelo mesmo motivo: não consegue pagar aluguel. 

Ela é copeira e atualmente está empregada, no entanto, com o salário mínimo que ela ganha, não consegue arcar com todas as contas do mês e ainda local uma casa para morar.

Por isso, ela também ocupou um dos lotes no local, onde foi morar com a mãe, de 76 anos, de quem ela cuida.  

Ela relata que a mãe recebe aposentadoria, mas como tem diversos problemas de saúde, praticamente toda a aposentadoria acaba sendo gasta somente no custeio de medicamentos da mãe.

Uma das filhas dela também mora na comunidade, foi quando ela viu a oportunidade de se juntar aos moradores e morar ali também. 

Assim, pessoas da comunidade e amigos ajudaram Rosângela a montar o barraco. O espaço onde ela mora com a mãe tem apenas 2 metros quadrados.

“Estou aqui há 2 meses na expectativa de dar certo. Preciso de um lugar pra cuidar da minha mãe. A minha preocupação principal agora é ela.”

Vida se ajeitando

Na parte mais antiga da comunidade já existem algumas casas de alvenaria prontas, e algumas em construção.

É o caso da Eva Souza, junto com o marido dela, Rony. Eles tem um lote no local há 8 meses, já na parte que já está regularizada. Ou seja, ela já recebeu da Emha o número do lote dela. No momento, eles estão construindo a casinha deles. 

Ao se cadastrarem e receberem o número do lote, a agência de habitação deu orientações a eles sobre o espaço. Segundo Eva, funcionários afirmaram que, caso alguém invada o terreno deles, onde eles estão construindo, basta acionar a Emha que a agência irá intervir e retirar essas pessoas.

Ao Midiamax, Jeferson e outros moradores afirmaram que a expectativa deles é que a prefeitura providencie também para esses moradores mais recentes o número de um lote.

Como o terreno é da própria Emha, eles têm esperança de conseguir a regularização. 

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