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Cotidiano

Pantanal pode enfrentar pior crise hídrica dos últimos 124 anos sem chuvas

Em média, nível dos rios do Estados está reduzindo de 1 a 2 centímetros por dia
Karina Campos -
Barranco do Rio Paraguai (Corpo de Bombeiros)

Mato Grosso do Sul pode enfrentar a pior crise hídrica no Pantanal dos últimos 124 anos caso não chova significativamente em um mês. Os dados da Sala de Situação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de MS), desta quinta-feira (19), indicam que o nível dos rios está diminuindo, em média, de 1 a 2 centímetros por dia.

Leonardo Sampaio, Gerente de Recursos Hídricos do Imasul, explica que a estação do Rio Paraguai, em Ladário, é a 7ª do Estado com o menor nível de rio no ano, com redução de 2 cm por dia, em média. Considerando essa tendência e a falta de chuvas, o nível ao final de setembro deve chegar a menor marca histórica desde 1900.

Em , que também tem a margem de redução de 1 a 2 cm por dia, se seguir a mesma tendência, pode alcançar a crise histórica de menor volume do rio desde 1939.

Já o Rio também varia a cota entre 101 e 95 centímetros, também uma das menores do ano. A menor cota foi registrada em 2007, com 76 centímetros.

“Todos os rios do Estado estão em estiagem, se ficar por mais um mês nessas condições, chegaremos ao pio nível da história em 124 anos. O Pantanal é a maior planície alagada do mundo, teremos grandes dificuldades sem chuvas”.

Bases operacionais espalhadas pelo Estado

Operação Pantanal

Equipes de combate completam 171 dias de atuação no Pantanal e os outros biomas do Estado. De janeiro a setembro, foram destruídos 1.450,425 hectares em Mato Grosso do Sul. Os dados do Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia) apontam que foram registrados 7.309 focos de calor neste ano, número 1.930,3% comparado a 2023.

A Tenente-coronel Tatiane Dias de Oliveira Inoue, do Centro de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros, apresentou durante a atualização do boletim semanal da operação imagens que refletem a mudança no nível dos rios. As áreas, que já são de difícil acesso, estão modificando a atuação das equipes.

“No Rio São Lourenço, na divisa do Estado, o sargento mostra a diferença de 10 centímetros no nível do rio, ele chegou o dia 12 de setembro e ontem (18) estava reduzido. Isso interfere na logística do atendimento, em levar o combustível, água, alimentação, equipamentos de combate aos incêndios. A navegabilidade fica comprometida. Eu não posso colocar a mesma carga que tinha quando coloca no início do ano, isso impacto no planejamento”, descreve.

Nas proximidades da Serra do Amolar já é possível notar os barrancos do Rio Paraguai, diante da estiagem severa, além da mata ciliar.

Mais calor

Valesca Fernandes, coordenadora e meteorologista do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), ressalta que o calorão não dá trégua. Até a próxima quarta-feira (26), as temperaturas variam de 37 a 42°C.

Além disso, a umidade também estará em índice crítico, de 8 a 25%, o que favorece o risco de fogo e incêndios florestais. Todo o Estado está ao nível de alerta.

Suporte aos animais

Arthur Falcette, secretário-executivo de Meio Ambiente, adianta que, no último mês, as ações do Gretap (Grupo de Resgate Técnico Animal do Pantanal) têm se intensificado para o Pantanal e Cerrado. Foram resgatados 17 animais silvestres. Para o suporte, as equipes estão acompanhando antes, durante e depois incêndios.

Além do acompanhamento, estão sendo feitos aceiros e corredores com alimentos para os bichos. Recentemente, o grupo recebeu doação de medicamentos, alimentos e equipamentos de um fundo internacional de caridade para a continuidade do trabalho de iniciativa público-privada.

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