Paciente com Febre Oropouche em MS ficou 15 dias na Bahia e achou que estava com dengue
Paciente infectada com a Febre Oropouche não apresenta sinais de complicações
Fábio Oruê, Valesca Consolaro –
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A mulher de 42 anos diagnosticada com Febre Oropouche em Mato Grosso do Sul passou 15 dias na Bahia e procurou atendimento em Campo Grande por achar que estava com dengue.
Conforme a gerente técnica estadual de Doenças Endêmicas da SES (Secretaria de Estado de Saúde), Jéssica Klener, a arbovirose é semelhante à dengue e chikungunya, mas é transmitida por vetores diferentes.
“Não é o mesmo mosquito que transmite, é o mosquito Maruim, é diferente do Aedes aegypti”, explica Jéssica ao Jornal Midiamax. Apesar do mosquito pólvora, como é seu nome popular, existir em MS, o inseto não tem a mesma proporção que o Aedes.
O pólvora é mais comum em regiões amazônicas e por isso não se tinha registros em MS. Entretanto, seus sintomas são parecidos com os da dengue.
“Ele era da região amazônica e nós estamos localizados na região extra-amazônica. Então começou a se observar em alguns estados fora da região amazônica, como Rio de Janeiro e Espírito Santo. Nós só conseguimos encontrar uma doença fazendo a vigilância da doença”, diz Jéssica à reportagem.
Paciente estava de férias
Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), a paciente apresentou febre, cefaleia e mialgia. O caso foi atendido em um hospital particular, e confirmado por exames no dia 11 de junho.
A paciente segue em acompanhamento clínico, em bom estado geral, sem sinais de complicações. Ela estava de férias em Ilhéus (BA) no começo de junho.
Por conta do registro, o CCEV (Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais) foi informado para a realização de bloqueio de transmissão e a paciente informada sobre a proteção individual para minimizar a transmissão.
Além disso, toda a rede de saúde pública e privada do município foi comunicada para identificar, investigar e comunicar casos potenciais no território que se enquadrem na definição de caso.
Situação no Brasil
O caso está sendo tratado como alóctone, quando a doença é ‘importada’ de outra localidade. Conforme publicado pelo Jornal Midiamax no mês passado, a doença já estava no radar da SES por conta do alto número de registros no Brasil.
O Brasil tem observado um grande aumento do número de casos de Febre Oropouche. De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, já são 6.207 casos em 2024. Em 2023, foram 835.
Atualmente, com exceção do Tocantins, todos os estados da região norte registraram casos autóctones (oriundos do mesmo local onde ocorreu a doença).
O que é Febre Oropouche?
A Febre do Oropouche é uma doença causada por um arbovírus, que foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960. Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente, nos estados da região amazônica.
Também já foram relatados casos e surtos em outros países das Américas Central e do Sul (Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela).
Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença:
- Ciclo Silvestre: Nesse ciclo, os animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus. O mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor nesse ciclo.
- Ciclo Urbano: Nesse ciclo, os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O mosquito Culicoides paraenses também é o vetor principal.
Sintomas
Os sintomas da Febre do Oropouche são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia. Não existe tratamento específico. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento da rede de saúde.
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