Maior problema da habitação em MS é a superlotação de moradias, que atinge mais de 15 mil casas do Estado

Defasagem total de habitações em Mato Grosso do Sul alcançou 1,7% do total de moradias em 2019

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Cidade de Campo Grande (Ana Laura Menegat, Midiamax).

As mulheres são responsáveis por 53,7% do total de domicílios que sofrem com falta de condições adequadas de moradia em Mato Grosso do Sul, segundo dados do último levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2019. 

Conforme o levantamento mais recente, essa defasagem total de habitações em Mato Grosso do Sul alcançou 1,7% do total de moradias em 2019. O maior problema é a superlotação de residências, que atinge mais de 15 mil moradias no Estado.

Os dados são da FJP (Fundação João Pinheiro), que calcula o índice a partir de dados estatísticos levantados pelo IBGE.

Dessa porcentagem, o déficit habitacional segundo sexo do responsável pelo domicílio, chegou a 38.661 dos domicílios comandados por mulheres em 2019, e 33.305 dos domicílios comandados por homens.

O que é déficit habitacional

Déficit habitacional é um indicador que mede a falta de moradias e a carência de moradias adequadas nas cidades. Para isso, levantamentos são feitos para verificar realidades que ajudam a compor esse indicador.

Entre esses componentes estão a habitação precária, a coabitação excessiva e ônus excessivo com aluguel.

Habitação precária 

Enquanto a falta de moradias está relacionada à quantidade de famílias que não têm uma residência própria ou estão vivendo em condições precárias, como em áreas de risco, favelas ou ocupações irregulares, a habitação precária considera os domicílios que não oferecem condições mínimas de vida.

Entre as características de habitação precária está a inadequação das moradias, ou seja, a precariedade de saneamento básico, estrutura física, falta de ventilação e iluminação, entre outros.

Coabitação excessiva

Já a coabitação excessiva é quando várias famílias compartilham um único domicílio por não terem acesso a uma casa própria, resultando em superlotação.

Ônus excessivo com aluguel 

Por fim, o ônus excessivo com aluguel se refere às famílias que gastam uma parte muito grande da renda para pagar o aluguel. 

Esse gasto até mesmo desproporcional compromete a capacidade dessas pessoas de suprir outras necessidades básicas.

Realidade de Mato Grosso do Sul

Casas populares em Campo Grande (Ana Laura Menegat, arquivo Midiamax).

Em MS, do déficit habitacional total registrado, 0,9% é por habitação precária, 1,4% por coabitação e 1,3% por ônus excessivo com aluguel. 

Dados do Censo 2022 do IBGE mostram que MS registrou 1.206.036 domicílios particulares naquele ano, ou seja, mais de 1,2 milhões de moradias no total. Em 2019, ainda segundo o IBGE, o estado registrava cerca de 1.086.000 milhão de domicílios.

Isso significa que, do total de 1.086.000 de domicílios estimados 5 anos atrás, cerca de 9.700 representavam déficit habitacional por habitação precária, mais de 15 mil por coabitação e 14 mil por ônus excessivo com aluguel.

Brasil

Em relação ao território nacional, o déficit habitacional do país totalizou 6 milhões de domicílios em 2022, o que representa 8,3% do total de habitações ocupadas no país. 

Se os dados forem comparados com 2019, quando a defasagem era de 5.964.993 de moradias, houve um aumento de cerca de 4,2% no total de déficit de domicílios.

O déficit habitacional absoluto por região é de 773.329 no Norte do Brasil; 1.761.032 no Nordeste; 2.433.642 no Sudeste, 737.626 na região Sul e 499.685 no Centro-Oeste.

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