Lixo, matagal e entulho: Moradores ‘colecionam’ problemas em rua do Jardim Colúmbia

Vizinhança teve que pagar patrolamento para conseguir entrar e sair de casa

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cratera
Rua divide espaço com crateras, matagal e lixo (Nathalia Alcântara, Midiamax)

“É reflexo do abandono”, o relato é de indignação de uma moradora da Rua Maicuru, no Jardim Colúmbia, em Campo Grande, que convive em um trecho que soma três graves problemas para qualquer vizinhança: crateras abertas por enxurradas, matagal em terreno baldio e entulho despejado na via. Para conseguir entrar e sair de casa, os moradores foram obrigados a pagar um patrolamento particular em um trecho da rua.

Douglas mora há 10 anos no endereço e em frente à moradia há uma valeta de metros, com risco iminente de queda de veículos. Ele conta que desde que se mudou espera melhores condições de viver na região, entretanto, a cada chuva forte os problemas se repetem.

“Não tem condições de andar de carro aqui, Uber não vem. Tem carro que passa pela lateral quase deitando por conta das crateras. Nós tivemos que pagar para uma máquina passar aqui, mas se chove, água vem da rua de cima e volta tudo”.

Uma oficina na região até instalou uma placa indicando o endereço para a troca de para-choques, diante dos acidentes que acontecem na rua. “A gente trabalha para comprar um carro, mas, sinceramente, dói em colocar um carro para andar numa rua como essa. Já vi carro ficar atolado, perder para-choque… É um prejuízo”.

Empresa anuncia serviço próximo ao trecho de maiores incidentes (Nathalia Alcântara, Midiamax)

O vizinho completa dizendo que os problemas impedem a circulação de pessoas na rua, virando até piada na roda de amigos. “A gente fica com cara de palhaço quando falam: ‘você mora numa favela, só tem buraco na sua rua’. Eu moro em uma capital e quero ser atendido conforme um cidadão que paga seus impostos. É humilhante abrir o aplicativo de corrida e o motorista se recusar a te deixar na frente da sua casa, deixam a duas quadras. Eu mesmo ando com minha moto com medo de furar o pneu”.

(Nathalia Alcântara, Midiamax)
(Nathalia Alcântara, Midiamax)

Apesar de ter se mudado recentemente, Elaine reforça que a convivência piora somando o matagal de terrenos baldios e o entulho despejado nas crateras. “Meu carro já ficou na mecânica várias vezes. A chuva abre valas e escorre o lixo, muitas pessoas aproveitam para jogar mais lixo, o que é reflexo do abandono, aproveitam que a rua está largada. Fora isso, há o risco de dengue, estamos alheios a todo o perigo”.

A reportagem entrou em contato com a prefeitura, por e-mail, e aguarda um posicionamento.

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