Já viu? Com caso histórico de avistamento de OVNIs, MS é ‘berço’ para pesquisas ufológicas

Caso do OVNI do Morenão motivou estudos importantes para a ufologia mundial

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OVNIs vistos em Mato Grosso do Sul nos últimos anos (Arquivo, Midiamax)

Em 1982, Mato Grosso do Sul entrou para a história ao ser cenário do maior avistamento coletivo de OVNIs (Objetos Voadores Não Identificados) do mundo. Não há fotos, vídeos ou qualquer outro registro físico da aparição, apenas as lembranças das mais de 24 mil pessoas que assistiam da arquibancada o jogo do Operário contra o Vasco pelo Campeonato Brasileiro, no Estádio Morenão.

Desde então, a história coloca um ponto de interrogação na cabeça de quem não presenciou o episódio misterioso e atrai para a capital sul-mato-grossense curiosos e pesquisadores que tentam desvendar o que está por trás do fatídico 8 de março.

Este, embora seja o mais emblemático, não é o único registro em Mato Grosso do Sul. Isso porque o Estado é considerado um ‘hotspot’, um local de grande incidência de avistamentos e casos ufológicos.

Casos em Mato Grosso do Sul

Um levantamento realizado pela Revista UFO, baseado nos relatos que eles recebem diariamente por e-mail, aponta que, nos últimos dez anos, aproximadamente 112 casos foram registrados apenas em Mato Grosso do Sul.

Conforme o pesquisador, Thiago Luiz Ticchetti, editor da Revista UFO e diretor de Relações Internacionais da Comissão Brasileira de Ufólogos, os dados poderiam ser bem maiores, considerando que muitos casos não são relatados por ocorrerem em pequenas cidades do interior.

E essa alta incidência é explicada. O estado é considerado uma região privilegiada por dois motivos. O primeiro é que Mato Grosso do Sul concentra grandes reservas de ferro e manganês, o que, segundo os ufólogos, atrai esses objetos e seus tripulantes. O segundo é o fato de as cidades do interior terem um céu limpo, sem iluminação artificial que atrapalhe a visão noturna por não haver grandes edifícios.

Campo Grande, berço de pesquisa

É graças ao episódio de avistamento coletivo no Estádio Morenão que Campo Grande se tornou um ‘berço’ da pesquisa ufológica no Brasil e no mundo.

Se atualmente a cidade ainda atrai pessoas que querem desvendar o ocorrido, imagina naquela época. Centenas de pesquisadores e amantes da ufologia vieram para Campo Grande, na tentativa de desvendar informações que explicassem o evento.

Uma dessas pessoas foi o ufólogo paranaense Ademar José Gevaerd, um dos maiores nomes no campo de pesquisa do mundo. Em 1984, Gevaerd fundou a Revista UFO, como maneira de trabalhar em algo que era a sua verdadeira paixão. Por quase 40 anos ele esteve à frente da publicação.

“A UFO foi, e ainda é, a mais conhecida e importante fonte de informação ufológica do mundo. Através de suas páginas, as pesquisas de grupos ufológicos nacionais e internacionais, de pesquisadores daqui e do exterior, puderam difundir suas descobertas, experiências, conclusões e teorias”, conta Thiago.

Gevaerd durante pesquisa. (Reprodução, Arquivo Pessoal)

A revista UFO mais antiga do mundo

Gevaerd faleceu em 9 de dezembro de 2022, após complicações de um acidente doméstico. Apesar de sua partida, a Revista UFO permaneceu operante nas pesquisas e divulgações nas redes sociais.

“Tivemos, assim como a grande maioria das publicações, um baque muito grande devido à pandemia. Logo em seguida, quando estávamos retomando o nosso caminho, o Gevaerd nos deixou. Foi uma perda muito grande para a ufologia e para nós, seus amigos, admiradores e leitores. Passamos por esse hiato, mas agora, como forma de continuação do legado e em homenagem ao Gevaerd, retomaremos a publicação impressa da UFO”, explica Thiago.

A Revista já chegou a ter 40 mil exemplares vendidos por mês. Desde sua criação, a publicação tem dado espaço aos grupos ufológicos e pesquisadores que não sabiam como divulgar suas pesquisas e voz às testemunhas que puderam relatar e buscar respostas para suas experiências.

“A UFO esteve sempre de portas abertas para receber todas as formas de pesquisa ufológica; mas sempre vigilante para criticar aqueles que utilizam o fenômeno ufológico para sua autopromoção ou mentiras”, explica o pesquisador.

Thiago explica que o trabalho feito pela equipe e voluntários é extensa e abrange seleção de textos, notícias, imagens, sites e redes sociais.

“Mantemos contato com nossos representantes internacionais, coeditores e conselheiros da UFO para que nos enviem artigos, casos, pesquisadores e imagens analisadas. Isso traz para a UFO casos inéditos em todo o mundo”, pontua.

Thiago colhendo relatos de testemunhas (Reprodução, Arquivo Pessoal)

Quando os ufólogos recebem o relato de que um OVNI foi avistado, a primeira coisa a se fazer é entrar em contato com a testemunha. A partir daí é preciso ter uma metodologia de investigação para que não se deixe escapar nenhum detalhe na investigação.

Após uma profunda investigação do relato da testemunha e/ou análise das imagens e/ou fotos, os profissionais concluem se o avistamento é algo conhecido, ou não.

Mas é claro, nem tudo são flores. Para o pesquisador, existem dificuldades é a pouca atenção que a ufologia recebe por parte da imprensa, governos e comunidade científica.

“Isso não nos impede que afirmemos que uma aeronave captada em uma tela de radar a uma velocidade de mais 12.000 km/h não é nada que possa ser construído em nosso planeta. Objetos que entram e saem de rios, lagos, oceanos com a mesma facilidade e velocidade; objetos que aprecem em um local e segundos depois está em outro; objetos que fazem curvas em um ângulo de 90° a grandes velocidades; objetos que aceleram e desaceleram instantaneamente… qual país tem essa tecnologia?”, questiona.

Investigações recentes

Thiago conta que a investigação mais recente do grupo ainda está em andamento. É um caso que aconteceu em 26 de maio, em Cuiabá.

Segundo a testemunha, ela estava no escritório, trabalhando, quando por volta das 20h30, viu uma um objeto no céu. O céu estava claro e havia uma luz muito brilhante que parecia girar rapidamente.

A luz não emitiu nenhum som. Curiosa, a testemunha pegou seu celular e começou a gravar o objeto. Ao dar um zoom, viu mais detalhes: era um objeto redondo com um quadrado no centro, girando em altíssima velocidade. O objeto permaneceu no céu por mais de 2 a 3 horas antes de desaparecer gradualmente.

Imagens capturadas por testemunha em Cuiabá (Reprodução, Arquivo Pessoal)

Estudos da Ufologia

A Ufologia não é uma ciência, ela estuda o fenômeno ufológico – objetos voadores não identificados e seus tripulantes.

Hoje, a sigla OVNI ou UFO (em inglês), estão sendo substituídos por FANI (Fenômeno Aéreo Não Identificado) ou UAP (em inglês), pois abrangem uma gama maior de possibilidade de explicação para esse fenômeno, tais como satélites, fenômenos atmosféricos, naturais, drones, aviões, aeronaves secretas, planetas, balões, entre outros; além de mudar o pré-conceito de que todo OVNI/UFOs é uma espaçonave extraterrestre.

“Na minha opinião, em breve descobriremos, ou nos será revelado, que não estamos a sós no universo e que essas outras inteligências vêm ao nosso planeta há milênios. Hoje somos colocados à margem da ciência – poucos cientistas dedicam estudos para desvendar o fenômeno ufológico. Quando tivermos essa virada de chave, nós, os ufólogos, poderemos dizer: ‘nós avisamos a vocês que isso era real’”.

Caso em Jardim

Em 2022, Jardim, cidade a 218 km de Campo Grande, foi palco para fatos que chocaram a população. Do dia para a noite, moradores começaram a relatar ataques a animais domésticos como cabras e ovelhas.

O primeiro caso foi registrado no dia 25 de maio, em uma fazenda, localizada a 15 km de Jardim, na rodovia que liga a Bela Vista, fronteira com o Paraguai.

Na propriedade rural, oito carneiros apareceram mutilados e com um buraco na cabeça. A Polícia Civil esteve no local e documentou o ocorrido por meio de fotografias do rebanho morto, deduzindo que tivesse sido executado a tiro, dando o caso por encerrado.

No entanto, em 2 de junho daquele ano houve uma nova ocorrência, a 30 km de Jardim, e envolveu dois cabritos. As vítimas tiveram seus olhos, a língua e os órgãos genitais arrancados. Novamente a polícia foi notificada.

Dessa vez, descobriu-se que no local não havia vestígios de que os cabritos pudessem ter sido mortos por algum animal conhecido ou mesmo um predador. Também foram encontradas marcas de sangue pela vegetação.

Outros ataques surgiram, os quais não foram desvendados. Duas características, confirmadas por policiais, fazendeiros e veterinários que examinaram as carcaças, é que no local do ataque havia um cheiro muito forte de enxofre e os cortes nos animais pareciam terem sido feitos de maneira cirúrgica.

Dia Mundial da Ufologia

O Dia Mundial da Ufologia é celebrado em 24 de junho por todos do meio ufológico desde 1949 e reforça a importância da pesquisa do fenômeno extraterrestre.

A data, rememora um episódio vivido pelo piloto norte-americano Kenneth Arnold. Na ocasião, ele estava voando sobre o Monte Rainer à procura de um avião que havia desaparecido, quando viu nove objetos aéreos desconhecidos ‘quicando’ no céu a uma velocidade assustadora, cerca de 1.900km/h, três vezes mais rápido do que qualquer aeronave terrestre na época.

“Estes objetos tinham a forma de bumerangues, eram brilhantes e não tinham caudas. Foi a partir desse avistamento, que o termo ‘flying disks’ (discos voadores) foi integrado à cultura popular para identificar os OVNIs”, explica Thiago.

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