Seis fazendas deram origem a incêndios que se alastraram pelo Pantanal, aponta investigação
O objetivo é saber o que gerou os incêndios florestais ocorridos entre os dias 10 de maio e 10 de junho, em área de aproximadamente 12.387,24 hectares
Valesca Consolaro –
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Investigação do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) identificou sete pontos onde podem ter começado os focos de incêndio no Pantanal, que acontecem há cerca de um mês. Segundo o órgão, o objetivo é saber o que gerou os incêndios florestais ocorridos entre os dias 10 de maio e 10 de junho de 2024, em área de aproximadamente 12.387,24 hectares.
Segundo o MPMS, com essa investigação, deve ser possível saber as causas do incêndio, a identificação dos responsáveis, se ocorreram ou não em propriedades privadas e, então, responsabilizar os envolvidos, se for o caso.
A análise remota de regressão das cicatrizes de incêndios permitiu identificar sete pontos de ignição inicial, encontrados em seis imóveis rurais e uma área sem cadastro no CAR (Cadastro Ambiental Rural). No total, os incêndios atingiram cerca de vinte propriedades rurais no Pantanal sul-mato-grossense.
Nesse período de queimadas, o Estado decretou emergência ambiental e, a partir disso, as investigações começaram por meio do Nugeo (Núcleo de Geotecnologias), do MPMS. A identificação e monitoramento dos incêndios realizados pelo Nugeo fazem parte das ações do Programa “Pantanal em Alerta”, que auxilia nas estratégias de prevenção, responsabilização e educação ambiental.
Trabalho preventivo e ações em campo
O MPMS destaca que deve estar realizando o trabalho preventivo nas propriedades e locais onde podem ter sido iniciados os incêndios no Pantanal.
Segundo o Promotor de Justiça do Núcleo Ambiental, Luciano Furtado Loubet, dentro do possível, todas as localidades onde forem identificados início de incêndios serão visitadas pela Polícia Ambiental.
A ideia é gerar um alerta às pessoas que podem estar envolvidas nas origens desses incêndios, para entenderem que as causas serão cada vez mais averiguadas.
Após a vistoria da Polícia Militar Ambiental, os relatórios serão enviados às Promotorias de Justiça competentes para tomar as providências necessárias de responsabilização e prevenção.
Estragos com os incêndios
Conforme o levantamento de cicatrizes de incêndios florestais no Bioma Pantanal, 8.836,35 hectares estão localizados no Mato Grosso do Sul, enquanto 3.550,79 hectares foram registrados em país vizinho.
As áreas afetadas continuam a sofrer com a propagação dos incêndios, uma vez que o fogo ainda não foi completamente controlado. As autoridades estão em alerta máximo e esforços contínuos estão sendo feitos para combater as chamas e minimizar os danos ambientais.
Segundo o Governo do Estado, um dos problemas também é a longa estiagem, que deve perdurar por mais semanas em MS. Estima-se que, desde 2018, o bioma passa por períodos de estiagem cada vez mais longos e adversos, resultado das mudanças climáticas.
Operação Pantanal 2024
O trabalho de controle e extinção do fogo também ocorre nos outros biomas presentes no Estado – Cerrado e Mata Atlântica. Segundo o Governo do Estado, o Corpo de Bombeiros atua na prevenção e no combate desde o dia 2 de abril deste ano.
No Pantanal, as operações para controle do fogo se concentram em diferentes regiões. No Forte Coimbra, por exemplo, o trabalho ocorre há aproximadamente uma semana. Os fortes ventos e a vegetação densa que serve de combustível para a propagação das chamas dificultam as ações.
Lá, foi necessária mudança de estratégia para o combate indireto do incêndio, com confecção de aceiros e monitoramento da linha do fogo.
Já no Paraguai Mirim, a equipe realiza monitoramento das áreas queimadas, na propriedade Porto Laranjeira, e também retornou a região do Jatobazinho, onde ocorreu reignição do incêndio e houve dificuldades para o combate e rescaldo.
Outro exemplo é a linha de combate na região do Porto da Manga, que após ação de reconhecimento no domingo (9) a guarnição verificou que o foco do incêndio se encontra em área sem possibilidades de acesso para combate direto. Com isso, foi orientado a realização de linhas de defesa com maquinários na região.
Na região do Caimasul, os bombeiros realizaram monitoramento na área que ainda tem focos ativos, porém controlados.
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